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direitos fundamentais em acelerado processo de consolidação,relacionadas a solideriaredade entre povos

direitos fundamentais

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Renan Marcel

Todo ser humano, para poder desfrutar de uma vida digna, necessita de algumas prerrogativas fundamentais que torne isso possível. O homem, por esse motivo, é um ser dotado de vários direitos, dentre os quais alguns se destacam por serem essenciais à condição humana. “A ideia de que o ser humano é singular e ocupa posição diferenciada de todas as outras criaturas deita raízes no cristianismo [...] Todavia, a construção do conceito de dignidade como um atributo da pessoa, tal como é compreendido atualmente, inicia-se apenas no século XVIII” (COSTA, 2008, p. 21).

Para conseguir tal dignidade, princípio fundamental de qualquer Estado Democrático de Direito, com o decorrer dos tempos foram surgindo os direitos fundamentais, entendidos como “situações jurídicas sem as quais a pessoa humana não se realiza, não convive e, às vezes, nem mesmo sobrevive; fundamentais do homem no sentido de que, a todos, por igual, devem ser, não apenas formalmente reconhecidos, mas concreta e materialmente efetivados” (SILVA, 2010, p. 178).

Como visto, por serem imprescindíveis a qualquer indivíduo, esses direitos então devem ser garantidos e não violados por qualquer ente público, ao contrário do que ocorreu em tempos remotos, como no caso da Alemanha Nazista. Para Canotilho, os direitos fundamentais cumprem:

a função de direitos de defesa dos cidadãos sob uma dupla perspectiva: 1) constituem, num plano jurídico-objectivo, normas de competência negativa para os poderes públicos, proibindo fundamentalmente as ingerências destes na esfera jurídica individual; 2) implicam, num plano jurídico-subjectivo, o poder de exercer positivamente direitos fundamentais (liberdade positiva) e de exigir omissões dos poderes públicos, de forma a evitar agressões lesivas por parte dos mesmos(liberdade negativa). (CANOTILHO, 1998, p. 373)

Hodiernamente, a preocupação com essa questão é muito mais contundente, visto que tais direitos já estão presentes praticamente em todas as constituições modernas, inclusive na do Brasil. Além disso, “o Estado contemporâneo assume por missão garantir ao homem, como categoria universal e eterna, a preservação de sua condição humana, mediante o acesso aos bens necessários a uma existência digna” (GRINOVER; CINTRA; DINAMARCO, 2010, p. 230).

Percebe-se então, que a manutenção da dignidade da pessoa humana atravessa um período de ouro. As violações aos direitos fundamentais são combatidas com mais ardor pelos órgãos responsáveis pela sua defesa, dando grande contribuição para a existência plena e igualitária entre os homens. Neide Maria Carvalho Abreu afirma que o reconhecimento dos direitos fundamentais

muito têm contribuído para o progresso moral da sociedade, pois são direitos inerentes à pessoa humana, pré-existentes ao ordenamento jurídico, visto que decorrem da própria natureza do homem, portanto, são indispensáveis e necessários para assegurar a todos uma existência livre, digna e igualitária. (ABREU, 2006, p. 2)

Assim, cabe ressaltar que o respeito a esses direitos aliado ao seu desenvolvimento, garante às pessoas uma vida mais justa, como já almejava a Declaração Universal dos Direitos Humanos quando dizia que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos, dotados de razão e consciência, devendo comportar-se fraternalmente uns com os outros.

2 HISTÓRICO E DESENVOLVIMENTO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Os direitos fundamentais, da forma como são vistos hoje, passaram por várias fases e grande desenvolvimento até chegarem a esse estágio. Essas fases ou momentos da história são chamados por praticamente toda a doutrina de gerações ou dimensões desses direitos. Essa classificação é apenas um recurso metodológico e tem como objetivo a ideia de formação histórica do conjunto de direitos fundamentais.

Os direitos fundamentais de 1ª geração foram conquistados ao longo dos séculos XVII, XVIII e XIX. Paulo Bonavides diz que:

em rigor, o lema revolucionário do século XVIII, esculpido pelo gênio político francês, exprimiu em três princípios cardeais todo o conteúdo possível dos direitos fundamentais, profetizando até mesmo a sequência histórica de sua gradativa institucionalização: liberdade, igualdade e fraternidade. (BONAVIDES, 2006, p. 562)

Ainda a respeito, cita o notável autor: “Os direitos de primeira geração são os direitos da liberdade, os primeiros a constarem do instrumento normativo constitucional, a saber, os direitos civis e políticos” (BONAVIDES, 2006, p. 563).

“Os direitos de liberdade têm por titular o indivíduo, traduzem-se como faculdades ou atributos da pessoa e ostentam uma subjetividade que é seu traço mais característico, sendo, portanto, os direitos de resistência ou de oposição perante o Estado, ou seja, limitam a ação do Estado” (SILVA, 2011, p. 3). Pode-se falar então no direito de ir e vir; direito a um julgamento justo; direito à liberdade de opinião, direito à igualdade perante a lei; direito de votar e ser votado; direito à liberdade de reunião e tantos outros.

São documentos importantíssimos para a institucionalização dos direitos civis e políticos, a Magna Carta (1215), o Habeas Corpus Act (1679), o Bill of rights (1688) e as Declarações Americana e Francesa (1776 e 1789, respectivamente).

Os Direitos fundamentais de 2ª geração foram sendo conquistados entre os sécs. XIX e XX. No entender de Pedro Lenza:

O momento histórico que os inspira e impulsiona é a Revolução Industrial europeia, a partir do século XIX. Nesse sentido, em decorrência das péssimas situações e condições de trabalho, eclodem movimentos como o cartista – Inglaterra e a Comuna de Paris (1848), na busca de reinvindicações trabalhistas e normas de assistência social. O início do século XX é marcado pela Primeira Grande Guerra e pela fixação de direitos sociais. Isso fica evidenciado, dentre outros documentos, pela Constituição de Weimar, de 1919 (Alemanha), e pelo Tratado de Versalhes, 1919 (OIT). Portanto, os direitos humanos ditos de segunda geração privilegiam os direitos sociais, culturais e econômicos, correspondendo aos direitos de igualdade. (LENZA, 2009, p. 670)

Pode-se falar então no direito à previdência social; direito à educação; direito de participar da vida cultural; direito à moradia; direito ao trabalho e trabalhistas; direito a terra, dentre outros.

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