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Em 20 de maio de 1995, LUÍS DOS SANTOS, vulgo "DA LUA", cometeu o delito de estupro (art. 213 do CP), punido abstratamente com pena de reclusão, de 6 a 10 anos. Em data de 19 de maio de 1998, após regular inquérito policial, o promotor de justiça ofereceu denúncia contra o réu, denúncia esta que fora recebida pelo juiz competente em data 21 de maio de 1998. O processo desenrolou-se até o dia 18 de janeiro de 2011, quando então o juiz condenou o acusado a uma pena de 8 anos de reclusão. Somente a defesa recorreu da sentença. Considerando que até a presente data o processo encontra-se em grau de recurso, pergunta-se, o crime está prescrito? Se afirmativo a sua resposta, indica que espécie teria ocorrido.

💡 4 Respostas

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Pedro Rafael

Sim, houve a ocorrência da prescrição no caso narrado. A prescrição é a perda do direito de punir (pretensão punitiva) ou de exercutar a pena (pretensão executória) do Estado em virtude da sua inércia durante o tempo fixado em lei (MORAES, Como se preparar para o Exame de Ordem, 2013)

No caso narrado apenas a defesa recorreu, então temos que a pena definitiva é de 8 anos de reclusão, pois a reprimenda não pode ser majorada em razão de recurso exclusivo da defesa.

O  art. 109 do CP estabelece que o prazo prescricional para as penas que não excedam a oito anos é de 12 anos. Aplicando-se aqui a espécie PPPR (Prescrição da Pretensão Punitiva Retroativa), que é calculada da publicação da sentença definitiva para a acusação até a data do recebimento da denúncia ou queixa, vemos que se passaram 12 anos e 07 meses, estando, portanto, prescrita a pretensão punitiva do Estado.

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marcilio peixoto

Sim, houve prescrição. Prescrição da Pretensão Punitiva (PPP) na sub especie Retroativa;

No caso em epígrafe, o Juiz que condena não pode, em seguida, declarar a prescrição. E conforme o artigo 109, III, do CP, a prescrição teria se operado a 07 meses antes da sentença que condenou LUIS DOS SANTOS.

 

 

  Prescrição antes de transitar em julgado a sentença

        Art. 109.  A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: 

III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito;

Segue considerações da doutrina de FERNANDO CAPEZ, Curso de Direito Penal, Parte Geral, 2012, pag, 614 a 620.

Espécies de prescrição:o Estado possui duas pretensões: a de punir e a de executar a punição do delinquente. Por conseguinte, só podem exis-tir duas extinções. Existem, portanto, apenas duas espécies de prescrição:

a) prescrição da pretensão punitiva (PPP);

b) prescrição da pretensão executória (PPE).

Prescrição da pretensão punitiva (PPP)

Conceito: perda do poder-dever de punir, em face da inércia do Esta-do durante determinado lapso de tempo. Efeitos:são eles:

a) impede o início (trancamento de inquérito policial) ou interrompe a persecução penal em juízo;

b) afasta todos os efeitos, principais e secundários, penais e extrapenais, da condenação; c) a condenação não pode constar da folha de antecedentes, exceto quando requisitada por juiz criminal.

Oportunidade para declaração: nos termos do art. 61, caput, do CPP, a prescrição da pretensão punitiva pode ser declarada a qualquer momento da ação penal, de ofício ou mediante requerimento de qualquer das partes. ]

Juiz que condena: não pode, a seguir, declarar a prescrição, uma vez que, após prolatar a sentença, esgotou sua atividade jurisdicional. Além disso, não pode ele mesmo dizer que o Estado tem o direito de punir (condenando o réu) e, depois, afirmar que esse direito foi extinto pela prescrição.

Exame do mérito: o reconhecimento da prescrição impede o exame do mérito, uma vez que seus efeitos são tão amplos quanto os de uma sentença absolutória. Ademais, desaparecido o objeto do proces so, este não encontra justificativa para existir por mais nenhum segundo.

Subespécies de prescrição da pretensão punitiva (PPP): dependen-do do momento processual em que o Estado perde o seu direito de aplicar a pena, e de acordo com o critério para o cálculo do prazo, a prescrição da pretensão punitiva se subdivide em:

a) PPP propriamente dita:calculada com base na maior pena pre-vista no tipo legal (pena abstrata);

b) PPP intercorrente ou superveniente à sentença condenatória: calculada com base na pena efetivamente fixada pelo juiz na sentença condenatória e aplicável sempre após a condenação de primeira instância;

c) PPP retroativa:calculada com base na pena efetivamente fixada pelo juiz na sentença condenatória e aplicável da sentença condenatória para trás;

d) PPP antecipada, projetada, perspectiva ou virtual:reconhecida, antecipadamente, com base na provável pena fixada na futura condenação

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Líliam Vasconcellos

penso que não, e que a pena beneficiou o réu de modo que ele já a teria cumprido.
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