crime

Creio que você esteja perguntando sobre o conceito de crime, que pode ser formal, material e analítico, e que não se confunde com a classificação doutrinária dos crimes, que comporta o "crime material", "crime formal" e "crime de mera conduta" dentre outros, cujas definições já foram dadas pelo colega acima.

Pois bem, no que diz respeito ao CONCEITO DE CRIME, este se divide em:

• FORMAL: é aquele em que a própria lei descreve como crime, neste sentido, o crime é toda ação ou omissão que esteja prevista na lei como proibida e passível de sofrer punição.
• MATERIAL: consiste em definir o crime como todo fato humano que lesa ou expõe a perigo bens jurídicos fundamentais para a existência da coletividade.
• ANALÍTICO: neste conceito, divergem duas correntes famosas: o crime é fato típico (= ação ou omissão que provoca um resultado) e antijurídico ou  fato típico, antijurídico e culpável (corrente tripartida). O nosso atual Código Penal (nem tão atual assim!) adere ao pensamento da corrente bipartida, ou seja, o conceito analítico de crime corresponde a um fato típico e antijurídico.

O crime material só se consuma com a produção do resultado naturalístico, como a morte no homicídio. O crime formal, por sua vez, não exige a produção do resultado para a consumação do crime, ainda que possível que ele ocorra. Exemplo de crime formal é a ameaça:

Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Veja-se que o crime de ameaça apenas prevê a conduta de quem ameaça, não importando se o resultado da ameaça aconteceu, tão pouco se a pessoa se sentiu constrangida ou ameaçada. A intimidação é irrelevante para a consumação do delito.

No crime de mera conduta o resultado naturalístico não só não precisa ocorrer para a consumação do delito, como ele é mesmo impossível. Veja-se o que o STF entende sobre o crime de porte ilegal de arma de fogo, sobre ser um crime de mera conduta:

O crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido é de mera conduta e de perigo abstrato, ou seja, consuma-se independentemente da ocorrência de efetivo prejuízo para a sociedade, e a probabilidade de vir a ocorrer algum dano é presumida pelo tipo penal. Além disso, o objeto jurídico tutelado não é a incolumidade física, mas a segurança pública e a paz social, sendo irrelevante o fato de estar a arma de fogo municiada ou não. HC 104.206/RS, 1.ª Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 26/08/2010

Quanto ao conceito analitico de crime, segue o link para estudo: http://joaomartinspositivado.jusbrasil.com.br/artigos/147934887/conceito-analitico-de-crime-e-teoria-da-acao?ref=topic_feed

Att;

Sujeito ativo: É a pessoa que comete o crime. Em regra o sujeito ativo é o ser humano maior de 18 anos, vez que o menor não comente crime, mais sim ato infracional. 
Sujeito passivo: É a pessoa que sofre ação do delito, ou seja, é a vítima do crime. 
Objetividade jurídica: É o bem ou interesse que a Lei visa proteger quando incrimina determinada conduta. Por exemplo, a objetividade jurídica no homicídio é a vida, no furto é o patrimônio, etc. 
Objeto material: é coisa sobre a qual recai a conduta criminosa 

Classificação doutrinária dos crimes 

1) Crimes instantâneos: é aquele cuja a consumação ocorre em um só instante, sem continuidade temporal. Exemplo ( ESTUPRO Art 213 ); 
2) Crime permanente: É aquele que se prolonga no tempo por vontade do agente. 
3) Crime instantâneo de efeito permanente: É aquele cujo consumação se da indeterminado instante mais seus efeitos são irreversíveis. Exemplo ( Art 121 homicídio ) 
4) Crime comissivo: É aquele praticado através de uma ação. 
5) omissivo: É aquele em que o agente comete ao deixar de fazer alguma coisa. Exemplo ( Art 135 omissão de socorro ) 
6) Crimes matérias: Aqueles em que a lei descreve uma ação e um resultado, e exige a ocorrência deste para consumação. Exemplo ( Art 171 estelionato ) 
7) Crimes formais: São aqueles que a lei descreve uma ação e um resultado, mas a consumação seda no momento da ação, sendo o resultado mero exaurimento do crime. Exemplo: ( Art 159 extorsão mediato ) 
8) Crimes de mera conduta: São aqueles que a lei descreve apenas uma conduta e portanto se consumam do exato momento em que está é praticada. Exemplo: Violação de domicílio ( Art 150 CP ) 
9) Crime de dano: São aquela que pressupõem uma efetiva lesão ao bem jurídico tutelado. Exemplo (Art 121 furto ) 
10) Crime de perigo: São os que se consumam com a mera situação de risco ao objeto matéria do crime. Exemplo ( Art 137 rixa ) 
11) Crimes comuns: São aqueles que podem ser praticados por qualquer pessoa. exemplo, furto, roubo, etc. 
12) crimes próprios: São aqueles que só pode ser cometidos por determinada categoria de pessoas, por exigir o tipo penal característica ou qualidade especial do sujeito ativo. Exemplo ( Art 317 corrupção passiva) 
13) Crime de mão própria: São aqueles cuja conduta descrita só pode ser executada por única pessoa, e por isso não admite co-autoria.exemplo ( Art 342 falso testemunho ) 
14) Crime principal: É aquele que não depende de outra infração penal para que se configure. 
15) Crime acessório : é aquele que necessita de outro delito anterior para sua ocorrência. Exemplo ( Art 180 receptação ) 
16) Crimes simples: Protegem um único bem jurídico. Exemplo ( Art 121 homicídio ) 
17) Crime complexo: São aqueles que protegem mais de um bem jurídico, ou seja, há fusão de dois ou mais tipos penais, tutelando assim mais de um bem jurídico. Exemplo ( Art 159 que é a fusão do art 148 e 158, tutelando a liberdade individual e o patrimônio ao mesmo tempo)
18) Crime progressivo: Aquele que para atingir um resultado mais grave, passa por um menos grave. Exemplo ( Art 121 homicídio ) 
19) Crime putativo: Quando o agente imagina que a conduta por ele praticada constitui crime, mas na verdade é um fato atípico. É o crime imaginário 
20) Crime falho: Quando o agente percorre todo o ITER CRIMINIS mas não consegue consuma-lo. É sinônimo da tentativa perfeita 
21) Crime exaurido: Nos crimes formais, a lei descreve uma ação e um resultado mais dispensa a efetivação deste ultimo, pois estará consumado com ação inicial. Exemplo ( art 159 sequestro),estará consumado a privação da liberdade independente do recebimento do resgate
22) Crimes vagos: São aqueles que tem como sujeito passivo entidades sem personalidade jurídica, como a família, sociedade, etc.