O tribunal do júri deveria acabar ou deve ser mantido?
Particularmente, entendemos que o Tribunal do Júri não se coaduna com o Estado Democrático de Direito, que preza primordialmente pela liberdade e considera a sua privação uma exceção que depende de forte carga probatória e fundamentação exauriente.
Alguns dos principais problemas que vislumbramos no Júri são:
A simples participação de 7 jurados escolhidos aleatoriamente não é o suficiente para conferir caráter democrático ao procedimento. Democracia é mais do que participação do povo. Pressupõe acesso a informação isenta e desapaixonada (a influência da mídia nos grandes julgamentos é evidente), e garantia de independência (os jurados não possuem as garantias dos magistrados).
A falta de conhecimento técnico e de profissionalismo sem dúvida não condiz com a complexidade dos crimes dolosos contra a vida, e muito menos parece aceitável considerando-se as consequências do processo criminal: destruição de reputações e privação da liberdade. Se o processo criminal tem o poder de abalar tão profundamente esses bens jurídicos, deveria ser tratado com a devida seriedade. Se até processos cíveis de natureza meramente patrimonial são tratados por juízes profissionais, por que não o conferir ao menos a mesma garantia ao julgamento dos crimes dolosos contra a vida?
Por fim, vale indicarmos a crítica do Professor Aury Lopes Júnior ao Júri: “a decisão dos jurados é absolutamente ilegítima porque carecedora de motivação. Não há a menor justificação (fundamentação) para seus atos. Trata-se de puro arbítrio, no mais absoluto predomínio do poder sobre a razão. E poder sem razão é prepotência.” (Direito Processual Penal. 12ª ed. pg. 845)
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Direito Penal e Constitucional
•UNINASSAU MACEIÓ
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