CONSTRUIR UMA CRITICA NO MINIMO 30 LINHAS.

Com toda certeza. Um poder executivo que indica os ministros do Supremo Tribunal de um País, onde, esse Tribunal julgará os mesmos pelos crimes praticados, não dá pra confiar na legitimidade desse judiciário. O Brasil, fica a mercê de politicos, ministros e grandes empresarios, que fazem uma verdadeira organização criminosa para se manterem no poder, atráves de propinas, financiamento de campanhas politicas, vantagens indevidas e tudo o que estiver ao alcance para enriquecerem ílicitamente. O retrato disso, é a Operação Lava Jato, que vem desmantelando esses corruptos sujos. Posto isso, o Estado de Direito fica sim em cheque com o preenchimento de todas as vagas do STF por um único partido político.

As inúmeras crises que o Brasil suportou nos últimos anos realmente contribuíram para abalar a imagem e credibilidade das instituições públicas do país.

No entanto, é bom lembrar que as denúncias, investigações, processos e condenações se desenvolveram justamente no âmbito de instituições públicas – Polícias, Ministério Público, Poder Judiciário, Tribunais de Contas, Controladorias etc – o que denota que atingimos um nível considerável de maturidade democrática capaz de preservar a autonomia dos órgãos públicos mesmo nos momentos de crise.

A título de exemplo, a Operação Lava Jato já atingiu os seguintes resultados:

• Em 1ª instância:

232 condenações contra 151 pessoas;

• No STF:

38 denúnicias.

121 acordos de colaboração premiada submetidos.

No que diz respeito à permanência de um mesmo partido político no poder por 16 anos, essa não parece ter sido uma preocupação do Constituinte originário nem do derivado. Isso porque o Poder Constituinte Originário vedou tão somente a reeleição de uma mesma pessoa. Não proibiu a eleição de membro do partido para o cargo eletivo ocupado por outro membro do mesmo partido na legislatura anterior. O Constituinte Derivado foi ainda mais longe, permitindo inclusive a reeleição para os Chefes do Poder Executivo, conforme se observa no Art. 14, §5º com a redação dada pela Emenda Constitucional 16/1997.

Art. 14

§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente. 

Muito embora problemas possam surgir com a perpetuidade no poder de um mesmo grupo político-partidário, fato é que a Constituição previu mecanismos para contornar essa questão e impedir abusos. É o chamado sistema de freios e contrapesos (checks and balances) que busca coibir abusos de um Poder sobre o outro (garantindo a independência ou autonomia dos Poderes e órgãos públicos). A título de exemplo, temos as seguintes regras:

• Intervenção Federal e Estadual
• Veto presidencial sobre leis aprovadas pelo Congresso
• Derrubada do veto presidencial pelo Congresso
• Impeachment (processado no Congresso Nacional, porém sob a presidência do Presidente do STF)
• Composição plural do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional (incluindo membros do Poder Executivo e do Legislativo)
• Composição plural do Conselho Nacional de Justiça (incluindo membros indicados pelo Poder Legislativo)
• Nomeação de membros dos Tribunais pelo Presidente da República após aprovação do Senado Federal

As garantias dos Juízes (vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídios) também constituem importante meio de preservação da autonomia do Poder Judiciário.

Apesar das inúmeras crises políticas que o país viveu desde a Constituição de 1988, esse sistema tem se mostrado capaz de contorná-las sem rompimento democrático, garantindo o período mais longo de democracia e estabilidade institucional desde a fundação da República.