a medida de segurança aplicada no brasil fere a constituição? Como fica os doentes mentais nas cadeias?
“Medida de segurança é a modalidade de sanção penal com finalidade exclusivamente preventiva, e de caráter terapêutico, destinada a tratar inimputáveis e semi-imputáveis portadores de periculosidade, com o escopo de evitar a prática de futuras infrações penais.” (MASSON, Cleber. Direito Penal esquematizado. São Paulo: Método, 2012, p. 815).
O Supremo Tribunal Federal nunca declarou a inconstitucionalidade da Medida de Segurança. Ocorre que o Código Penal afirma que a medida de segurança será aplicada por tempo indeterminado e mantida enquanto o indivíduo for considerado perigoso (art. 97, §1º).
Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial.
§ 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos.
Buscando humanizar a medida, o STF decidiu que o prazo de cumprimento da medida de segurança não pode ser ilimitado. Isso porque a medida de segurança é uma espécie de sanção penal e a CF/88 afirma expressamente que, em nosso ordenamento jurídico não pode haver “penas de caráter perpétuo” (art. 5º, XLVII). Essa expressão (“penas de caráter perpétuo”) deve ser interpretada em sentido amplo, incluindo tanto as penas como as medidas de segurança. Nessa linha, o Supremo decidiou:
(...) Esta Corte já firmou entendimento no sentido de que o prazo máximo de duração da medida de segurança é o previsto no art. 75 do CP, ou seja, trinta anos. (...) (STF. 1ª Turma. HC 107432, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 24/05/2011)
Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos.
Em linha similar, o STJ chegou a editar súmula sobre o tema
Súmula nº 527/STJ: O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado.
Portanto, desde que a decisão judicial estabeleça limite para o cumprimento da medida de segurança, e que esse limite não seja superior a 30 anos, não há qualquer inconstitucionalidade na medida.
Os doentes mentais quando reconhecidos como tais são encaminhados para o hospital de custódia para serem "tratados" psicologicamente com ajuda de remédios. Dessa forma não reconheço de que modo poderia ferir a Constituição.
No art. 26 do CP diz:
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