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a luta antimanicomial e a constituição

a luta antimanicomial quais fundamentos constitucionais

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Barbara Oliveira

LEGAL

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Especialistas PD

Vanessa Batista Oliveira Lima, em brilhante dissertação sobre o tema, apresenta os seguintes fundamentos contra a internação involuntária:

  • Princípio da dignidade da pessoa humana como núcleo dos direitos fundamentais sociais
  • Princípio da proibição do retrocesso social
  • Direito à saúde (que inclui a saúde mental)

“O direito fundamental à saúde mental está veiculado num enunciado normativo de textura aberta (direito à saúde – arts. 6º e 196 da CF/88), estando protegido contra atos e abusos dos poderes estatais, além de obrigar juízes e tribunais à realização de uma efetiva proteção positiva, que confira a máxima eficácia possível no âmbito no sistema jurídico. Para uma atuação eficaz do Poder Judiciário da Internação Psiquiátrica Involuntária, deve-se levar em consideração os valores gerais já identificados no princípio da dignidade da pessoa humana e neles incluir os valores específicos dispostos nos “Princípios para a Proteção de Pessoas Acometidas de Transtorno Mental e a Melhoria da Assistência à Saúde Mental”, da Organização das Nações Unidas – ONU (1991).” (“CONSTITUIÇÃO, DIREITOS FUNDAMENTAIS E A DISCIPLINA NORMATIVA DA INTERNAÇÃO PSIQUIÁTRICA INVOLUNTÁRIA: ASPECTOS MATERIAIS E PROCESSUAIS”. Pg.40)

Na seara criminal, é importante salientar que o Supremo Tribunal Federal nunca declarou a inconstitucionalidade da Medida de Segurança, aplicável aos inimputáveis. O Código Penal afirma que a medida de segurança será aplicada por tempo indeterminado e mantida enquanto o indivíduo for considerado perigoso (art. 97, §1º).

Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial.

§ 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos. 

Buscando humanizar a medida, o STF decidiu que o prazo de cumprimento da medida de segurança não pode ser ilimitado. Isso porque a medida de segurança é uma espécie de sanção penal e a CF/88 afirma expressamente que, em nosso ordenamento jurídico não pode haver “penas de caráter perpétuo” (art. 5º, XLVII). Essa expressão (“penas de caráter perpétuo”) deve ser interpretada em sentido amplo, incluindo tanto as penas como as medidas de segurança. Nessa linha, o Supremo decidiou:

 (...) Esta Corte já firmou entendimento no sentido de que o prazo máximo de duração da medida de segurança é o previsto no art. 75 do CP, ou seja, trinta anos. (...) (STF. 1ª Turma. HC 107432, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 24/05/2011)

Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos.

Em linha similar, o STJ chegou a editar súmula sobre o tema

Súmula nº 527/STJ: O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado.

Portanto, desde que a decisão judicial estabeleça limite para o cumprimento da medida de segurança, e que esse limite não seja superior a 30 anos, não há qualquer inconstitucionalidade na medida.

 

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