Como a prescrição virtual (em perspectiva) pode influenciar o interesse de agir?
Boa noite Pedro. Atualmente parece não haver qualquer influência da prescrição em perspectiva sobre o interesse de agir, sobretudo após a edição da Súmula 438, do STJ, que dispõe: "É inadimissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal". Dessa forma, é certo que a constatação da prescrição virtual não poderá obstar a deflagração da ação penal.
Em tese, o Ministério Público ou o Querelante devem ter interesse e legitimidade para iniciar uma ação penal. O interesse é composto pela necessidade e também pela utilidade. A necessidade se refere ao fato de que só o Estado pode punir criminalmente desse modo, você tem a necessidade de levar a lide ao Estado para que esse resolva. Já o interesse utilidade se refere ao fato de que para iniciar a ação penal ela deve ser útil para a aplicação da pena, pois, se por exemplo, o crime já estiver prescrito não haverá utilidade a ação penal. Entretanto, em relação à prescrição virtual (que é aquela em que devido ao crime cometido pode ser que ao final do processo haja prescrição) o Supremo Tribunal Federal menciona que não é possível a extinção da punibilidade pela prescrição virtual, desse modo, em tese o Ministério Público e o Querelante possuem interesse utilidade para o início da ação penal.
Súmula 438 do Supremo Tribunal Federal: É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal.
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