relação sujeito e negatividade em hegel

Na Fenomenologia do Espirito, Hegel parece querer nos demonstrar a importância que a Filosofia exerce na consciência do sujeito. Para o autor, as ciências naturais compreendem o mundo como um conjunto de elementos exteriores ao indivíduo, então surge a necessidade de uma mudança no modo de pensar a fim de romper com a experiência do sensível demonstrada desde os primórdios do pensamento filosófico para que o sujeito volte a si mesmo e adquira essa consciência. A forma de pensar existente principalmente nos filósofos Pré socráticos que tinham como preocupação o cosmos parece ser deixado de lado por Hegel, e este se volta a algo mais concreto e próximo da realidade do individuo. Na filosofia de Hegel não são mais os elementos externos ao sujeito que dão amparo ao seu pensamento, e sim a relação do sujeito com os objetos partindo do interior para o exterior. O termo sujeito aparece como eixo central na dialética de Hegel, dialética essa que será comentada mais a frente, pois no momento é necessário tentar explicar a importância que o sujeito tem na obra. Sujeito é ser para si ou para o outro e deve compreender o todo do objeto, o absoluto. Conhecer a própria coisa de uma forma a qual exista uma interdependência entre ambas. O sujeito é o objeto e vice e versa e a partir dessa relação aparece algumas qualidades existentes nesse sujeito que são a imediatez do saber e a imediatez do ser. Existência e essência são essas qualidades do sujeito que só são capazes de serem alcançadas através da consciência. Parece que segundo o autor, para se alcançar essa consciência à experiência se torna extremamente necessária. No caminho percorrido pela experiência, a negação surge como alicerce. O objeto nega o sujeito e este passa a se reconhecer em um ser diferente dele. O sujeito se exterioriza no objeto que por sua vez supera a questão da interioridade do sujeito. O sujeito guarda em si o objeto dentro dessa relação dialética sujeito/objeto. O sujeito tem a condição de estranhar a coisa para depois poder participar dessa relação dialética. O sujeito por intermédio da Filosofia que promove a reflexão passa a ter consciência de si e do objeto. Surge à negação do sensível como forma de conhecimento e a consciência leva o sujeito a percepção de que é para si e de que é para o outro. Passa haver uma relação ativa onde o sujeito não é mero expectador como nas relações anteriores. O sujeito adquire a autoconsciência em relação à existência de outros. A relação dialética surge na relação que o sujeito possui com os outros e com os objetos. O sujeito se descobre e na relação que possui com os outros o sujeito se descobre no momento em que nega o outro. Ao descobrir a existência e após a negação, o sujeito passa a interagir imputando sua consciência neles e superando os limites para realmente descobrir o que são. A coisa não é mais desconhecida, pois o sujeito adquire a percepção de que o próprio sujeito conhece. A autoconsciência transporta o sujeito para um novo mundo. Hegel também em seu texto nos leva a reflexão de que o sujeito é negatividade absoluta, isso porque para alcançar a consciência e se transformar em sujeito consciente o sujeito tem a possibilidade de negar aquilo que lhe é posto o que vai levar o individuo a realizar a própria experiência. Negar o objeto e negar o próprio espirito transforma a forma de pensar. Passa do eu singular para o eu universal e ocorre o desenvolvimento da consciência.