O que é tutela de evidência?

A Tutela de Evidência é uma inovação do CPC de 2015. Surgiu para reduzir a morosidade judiciária e facilitar o exercício da prestação jurisdicional.

O artigo 311 do CPC assim dispõe:

Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:

I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;

II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;

III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;

IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.

Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.

Assim, quando a prova documental traz um nível de verossimilhança que deixa em evidência o direito, o Autor obtém a cognição sumária da tutela jurisdicional pleiteada, que resulta em economia de tempo e efetividade processual.

A tutela de evidência não caracteriza, entretanto, julgamento antecipado do mérito. Não há cognição exauriente, portanto, não faz coisa julgada material.

Além disso, a evidência dessa tutela prescinde da demonstração do perigo de dano (periculum in mora), baseando-se unicamente na robustez documental dos fatos constitutivos do direito do Autor.

Por fim, o artigo 9º do CPC cita as hipóteses em que a tutela é deferida sem que haja manifestação de defesa.

Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.

Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:

(...)

II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III.

É o procedimento judicial que para sua concessão independe da demonstração do perigo da demora, contentando-se com a situação de evidência do direito, contempladas no art. 311 do CPC. O direito do requerente é tão óbvio que deve ser prontamente reconhecido pelo magistrado.

Ex: DIREITO POSSESSÓRIO

Estando a PI devidamente instruída com TUTELA DE EVIDÊNCIA provas que evidencie a posse, a turbação ou o
esbulho, a data desses atos, além da continuação da posse ou a perda dela, dependendo do caso, o autor será manutenido ou reintegrado na posse, sem qualquer questionamento quanto à urgência para usufruir da coisa turbada ou esbulhada (art. 562).

Segundo as lições do ilustre doutrinador Alexandre Câmara (2017):

Denomina-se tutela da evidência à tutela provisória, de natureza satisfativa, cuja concessão prescinde do requisito da urgência (art. 311).

Vamos por partes.

O que são tutelas provisórias? Previstas pelo art. 294 do CPC as tutelas provisórias, segundo o mestre citado acima, são tutelas jurisdicionais não definitivas, fundadas em uma cognição sumária. 

Simplificando, tutelas provisórias são decisões nas quais o Estado Juiz dá uma solução à lide (ao conflito) de maneira provisória, temporária, que podem ser confirmadas ou modificadas.

Dizer que as tutelas provisórias são fundadas em uma cognição sumária nada mais é do que afirmar que elas são fundadas em um juízo de probabilidade. Ou seja, o juiz considera que, provavelmente, essa deve ser a solução dada à lide.

Pois bem, a tutela da evidência é um dos tipos de tutelas provisórias.

Tutelas Provisórias:

• Tutela de Urgência (Art. 300 e seguintes, CPC)
• Tutela da Evidência (Art. 311, CPC)

Mas o que exatamente é a Tutela da Evidência?

Passemos ao texto legal: 

Art. 311.  A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:

I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;

II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;

III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;

IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.

Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.

Repare na redação do caput do artigo citado acima. Dele se extrai que a tutela de evidência será concedida sem a demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo (requisitos da Tutela Provisória de Urgência).

Assim, e com o perdão da redundância, tutela da evidência é o nome que se dá às tutelas provisórias concedidas sem a demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo. Elas serão concedidas sempre que se configurar algum dos incisos do art. 311 do CPC.

Esse tipo de tutela tem por objetivo tornar o processo mais eficiente ao acelerar o que se espera ser o resultado final do processo, atendendo assim ao princípio da eficiência presente explicitamente no art. 8º do CPC.

Fontes:

 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm

Câmara, Alexandre. O Novo Processo Civil Brasileiro. 2017.