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qual a fisiopatologia do cancer?

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Natália Pinheiro

O crescimento celular normal é controlado através do equilíbrio entre fatores estimulantes e fatores inibidores. Quanto este equilíbrio é rompido, inicia-se então um processo de proliferação celular desordenado, e surgem células com propensão ao crescimento e divisão anômalos, insensíveis aos mecanismos reguladores normais, que levam ao surgimento de neoplasias.

Os tumores malignos geralmente não apresentam cápsula, enquanto os tumores benignos costumam ser encapsulados. O padrão de crescimento nos tumores benignos é mais lento e bem delimitado, por isso as mitoses são raras e típicas. Ao contrário, nos tumores malignos, é rápido e infiltrativo, e as mitoses são frequentes e atípicas.

Quanto à morfologia, os tumores benignos reproduzem as características do tecido de origem, ao passo que os tumores malignos não as reproduzem. Outra característica da célula maligna é capacidade de produzir antígenos tumorais, ausente nos tumores benignos. Por fim, nos tumores benignos não ocorre à presença de metástases, que são frequentes nos tumores malignos. (BRASIL, 2002).

Características das células cancerosas
De acordo com Otto (2002); Ferreira & Castro (2005); Brait & Dellamano (2005), as células malignas apresentam as seguintes características microscópicas:
Pleomorfismo: têm tamanho e forma variáveis e podem ser observados múltiplos núcleos.
Hipercromatismo: a cromatina nuclear, o principal componente dos genes cora-se de forma mais acentuada.
Polimorfismo: o núcleo é maior e varia em formato.
Aneuploidia: são observados números incomuns de cromossomos. 

Arranjos cromossomiais anormais: 
Translocações (troca de material entre os cromossomos); 
Deleções (perda de seções dos cromossomos); 
Adições (cromossomos extras); 
Pontos frágeis (seções mais vulneráveis nos cromossomos).

As propriedades cinéticas das células cancerosas são segundo Otto (2002):
Perda do controle de proliferação e perda do ponto de controle de restrição: Apresentam taxas de glicólise anaeróbia mais alta, o que torna a célula menos dependente de oxigênio e com capacidade de se proliferar mesmo em ambientes com nutrição abaixo do ideal, alta densidade celular, com concentrações reduzidas de hormônios de crescimento.

Imortalidade: as células malignas são capazes de se duplicarem infinitamente, se dispuserem de nutrição e fatores de crescimento suficientes.
Redução da inibição da divisão celular por contato: as células tumorais carecem ou exibem uma redução da propriedade de inibição do crescimento por contato, continuando a se dividir, mesmo quando se empilham sobre as outras.

Perda da capacidade de diferenciação: perda da semelhança entre células cancerosas e as células normais correspondentes. Células indiferenciadas malignas: células de crescimento rápido e sem as características morfológicas e funções das células especializadas dos tecidos. 
Propriedades bioquímicas alteradas: podem adquirir novas propriedades, em decorrência de modificações no padrão enzimático ou de alterações no DNA: Produções de antígenos associadas a tumores marcam a célula como ¨non-self¨ que faz com que as células malignas tornem-se capazes de "burlar" o sistema de vigilância imunológica. 

Produção anormal de hormônios ou de substâncias semelhantes a hormônios que induzem a síndromes para-neoplásicas e crescimento tumoral.
Ex. Fator de angiogênese tumoral: Substância secretada por células cancerosas que estimula a formação de novos capilares e aumenta a taxa de crescimento e a invasão tecidual local.

Perda coesão e da aderência entre as células: redução da inibição de movimento pelo contato, o que faz com que as células cancerosas invadam as outras, sem restrição, assim como ao tecido adjacente.

Instabilidade cromossomial: resulta no surgimento de novos mutantes, cada vez mais malignos, que criam subpopulações com características biológicas e citogenéticas ímpares. Esta característica esta relacionada ao desenvolvimento de resistência ao tratamento.

Capacidade de formar metástase: ocorre devido à perda da dependência de ancoragem, o que afeta o formato e a aderência da célula. As células cancerosas não precisam se ligar a uma superfície (membrana basal) para proliferar.

Diminuição da aderência ' Maior mobilidade celular ' Disseminação a partir da localização primária para locais secundários à distância viabilizada pela produção de enzimas na superfície da célula cancerosa que causam destruição das barreiras teciduais normais, permitindo a invasão por células tumorais.

Heterogeneidade
Diz respeito a diferenças individuais entre células contidas em um tumor

Por exemplo: composição genética, taxa de crescimento, potencial metastático, receptores hormonais e suscetibilidade à terapia antineoplásica.
Os tumores são compostos de misturas de células que não se dividem, de células em repouso e de outras que se dividem continuamente.

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