A teoria da separação dos poderes de Montesquieu, na qual se baseia a maioria dos Estados ocidentais modernos, afirma a distinção dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário) e suas limitações mútuas. Por exemplo, em uma democracia parlamentar, o legislativo (Parlamento) limita o poder do executivo (Governo): este não está livre para agir à vontade e deve constantemente garantir o apoio do Parlamento, que é a expressão da vontade do povo. Da mesma forma, o poder judiciário permite fazer contrapeso a certas decisões governamentais (especialmente, no Canadá, com o poder que a Carta dos Direitos e Liberdades da Pessoa confere aos magistrados).
O conceito da separação dos poderes, também referido como princípio de trias politica, é um modelo de governar cuja criação é datada da Grécia Antiga. A essência desta teoria se firma no princípio de que os três poderes que formam o Estado (poder legislativo, executivo e judiciário) devem atuar de forma separada, independente e harmônica, mantendo, no entanto, as características do poder de ser uno, indivisível e indelegável.
O objetivo dessa separação é evitar que o poder se concentre nas mãos de uma única pessoa, para que não haja abuso, como o ocorrido no Estado Absolutista, por exemplo, em que todo o poder concentrava-se na mão do rei. A passagem do Estado Absolutista para o Estado Liberal caracterizou-se justamente pela separação de Poderes, denominada Tripartição dos Poderes Políticos.
CONTEXTUALIZAÇÃO
Montesquieu foi um importante filósofo, pensador, político e escritor francês que viveu entre os séculos XVII e XVIII. Participou do movimento do iluminismo e contribuiu para o desenvolvimento da economia política e do direito, ao indicar a divisão da atuação do Estado em três poderes políticos: Executivo, Legislativo e Judiciário.
RESOLUÇÃO
Montesquieu foi um pensador que participou do Iluminismo, movimento que ocorreu na Europa entre os séculos XVII e XVIII, e que tinha como ideais a expansão da liberdade individual dos agentes e da expansão de outras aspirações e necessidades da classe burguesa, que estava ascendendo. Montesquieu escreveu inúmeras obras, que focaram ora em analisar as autoridades políticas, ora em criticar a tradição religiosa da moral e comportamento europeus da época. Entre as inúmeras obras do autor, destaca-se a obra “O espírito das leis”, escrita em 1748. Nesta, disserta sobre o Estado ao defender a existência de um governo baseado numa constituição, a separação dos poderes, a preservação das liberdades da população, a manutenção das leis e o fim da escravidão. Ou seja, sua obra retrata uma luta por ideais que são importantes bases constitutivas do Estado moderno, e se coloca como oposta ao grande valor religioso da tradição da política europeia de sua época. Há outros aspectos que também são importantes da obra, como a comparação que o autor faz entre os regimes republicano, monarquista e absolutista, em que o autor cita a real necessidade da divisão do poder em três forças (legislativa, executiva e judiciária) para que seja possível estabelecer um Estado que governe para o povo segundo os interesses deste, e levando-se em conta a realidade geográfica, histórica e cultural deste povo.
CONCLUSÃO
Montesquieu foi um importante autor que impulsionou as ideias do Iluminismo relativas à independência do homem perante a definição do próprio destino, colocando, portanto, a religião de lado, indicando que a sociedade futura deveria se basear nos interesses e nas aspirações das classes sociais que fariam parte deste futuro. Segundo a sua obra importante, a que trata dos poderes, realiza análises sobre os governos republicano, monarquista e absolutista, e dá a entender que um Estado mais organizado e preparado para a manutenção dos direitos do povo moderno é aquele em que há três poderes que repartem as responsabilidades relativas à legislação, jurisdição e execução de uma ordem social mais moderna.
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