É possível uma família que não possui moradia própria, impetrar um Mandado de Segurança contra o Estado para que o Direito Fundamental de Moradia seja exercído, fazendo com que o Estado entregue uma casa própria à eles?
Conforme exposto no artigo 5º da Constituição e reafirmado pelo artigo 1º da Lei 12.016 de 2009:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público
Sendo assim, é possível perceber que o direito assegurado deverá inevitavelmente ser líquido e certo ao titular. Segundo juristas como Hely Lopes Meirelles e Maria Helena Diniz, para ser considerado líquido e certo, o direito precisa ser claramente determinado, sem controvérsias e de forma que possa ser exercido imediatamente.
Com isso, apesar de previsto no artigo 6º da Constituição Federal;
“Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. ”
Tal artigo pode ser considerado como uma norma de eficácia programática que segundo José Afonso da Silva: “tais normas estabelecem apenas uma finalidade, um princípio, mas não impõe propriamente ao legislador a tarefa de atuá-la, mas requer uma política pertinente à satisfação dos fins positivos nela indicados”. Não sendo assim um direito líquido e certo.
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Direito Constitucional III
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