Olá Matheus! A expressão autolimitação refere-se a uma restrição contemporânea aos Estados liberais? Ou se refere à propria evolução histórica dos modelos de Estados?
Seja o que for, é possível adiantar-se que:
A autolimitação, no sentido de abstenção estatal, era não só imanente à natureza do Estado liberal, como também lhe qualificava, sendo por isso alcunhado de Estado Absenteísta. Tratava-se de um Estado que tutelava apenas os direitos civis ou políticos, conhecidos como direitos de primeira dimensão. São direitos marcadamente individualistas, afirmando-se como direitos do indivíduo frente ao Estado, direitos de defesa diante do poder do estatal; liberdades públicas.
Há, numa progressão histórica, outra limitação ao Estado liberal, a saber, o advento dos direitos de segunda dimensão.
Essa limitação ocorre mediante a incidência dos direitos fundamentais de segunda dimensão ou geração. O Estado liberal, como se sabe, tinha como características a adoção de uma política de indiferença à vida economica e social, um Estado mínimo.
Com o surgimento dos direitos fundamentais de segunda geração ao Estado é imposta uma situação jurídica prestacional, com relação aos ditos direitos sociais. O que caracterizam esses direitos é sua dimensão positiva, cuja incidência converte paradoxalmente a abstenção estatal de outrora, em dever de agir.
Nesse contexto, e considerando a coexistência evolutiva das gerações de direitos fundamentais (por essa razão há quem defenda o uso de dimensão ao invés de geração), apresenta-se as situações jurídicas de direito subjetivo (direito a uma prestação) como um limitador a omissão de um Estado liberal.
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