Buscar

diferencie princípios de regras? e caracterize o regime jurídico administrativo:

caracterize o regime

💡 2 Respostas

User badge image

Igor Andrekonski

Regime jurídico-administrativo é o conjunto de princípios e regras que compõe o Direito Administrativo, outorgando prerrogativas e impondo restrições à Administração Pública que não encontram correspondentes no direito privado, a colocando em uma posição de supremacia em relação aos administrados.

Princípios têm natureza abstrata e generalizada.

Ex: Princípio da presunção da inocência - Não será considerado culpado até sentença transitar em julgado.

Preste atenção no sublinhado, entenda que o princípio é geral, não abrange casos específicos e sim, forma diretrizes a serem seguidas.

 

Normas, por outro lado, fundamentam-se seus textos normativos nos princípios e têm por natureza especificidade.

Ex: Art. 121 do Código Penal, Homicídio - Matar alguém

É notável a diferença da especificidade entre a regra e o princípio, o Artigo 121, uma regra (ou norma), tipifica uma conduta MUITO específica, que é a conduta de matar alguém.

1
Dislike0
User badge image

Especialistas PD

Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro:

“A expressão regime jurídico da Administração Pública é utilizada para designar, em sentido amplo, os regimes de direito público e de direito privado a que pode submeter-se a Administração Pública. Já a expressão regime jurídico administrativo é reservada tão somente para abranger o conjunto de traços, de conotações, que tipificam o Direito Administrativo, colocando a Administração Pública numa posição privilegiada, vertical, na relação jurídico-administrativa.” (Direito Administrativo. e-book. 31ª ed. pg. 129)

Regime jurídico administrativo é o regime de direito público, ou seja, o conjunto de normas que regulam a administração pública, a atuação de seus agentes e a relação da administração com particulares. Em função do papel do Estado no desenvolvimento da sociedade, convencionou-se que ele deveria ser dotado de poderes especiais que lhe permitissem buscar o bem público de forma mais efetiva. Esses poderes são as chamadas prerrogativas da administração pública, traduzidas principalmente pelos Princípios da Supremacia do Interesse Público e Indisponibilidade do Interesse Público, principais marcas do Regime Jurídico-Administrativo.

A diferença conceitual entre regras e princípios é alvo de intenso debate na doutrina. Há quem associe regras a comportamentos e princípios a valores.

O Professor Bernardo Gonçalves apresenta a diferenciação entre regras e princípios apresentada por Bobbio e Del Vecchio: “princípios seriam normas de um grau de generalidade e abstração mais alto que as regras.”

Exemplos de Regras: (muito específicas, pouca abstração)

CF

Art. 12. (...)

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa

CF

Art. 14. (...)

§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:

I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

II - facultativos para:

a) os analfabetos;

b) os maiores de setenta anos;

c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

Exemplos de Princípios: (alto grau de abstração)

Art. 170. (...)

III - função social da propriedade;

IV - livre concorrência;

Outra tese bastante forte é a de Robert Alexy: “Regras, então, são diferentes dos princípios porque são aplicáveis na maneira do tudo-ou-nada (all-or-nothing-fashion); isso significa dizer que, se uma regra é válida, ela deve ser aplicada da maneira como preceitua, nem mais nem menos, conforme um procedimento de subsunção silogístico.” (...) “Já os princípios não são razões determinantes para uma decisão (ou seja, não são mandamentos definitivos como as regras), de modo que somente apresentariam razões em favor de uma ou de outra posição argumentativa. Logo, apresentam obrigações prima facie, na medida em que podem ser superadas em razão de outros princípios, o que difere da natureza de obrigações absolutas das regras.” (Curso de Direito Constitucional. 9ª ed. pgs. 231-233)

 

 

1
Dislike0

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

✏️ Responder

SetasNegritoItálicoSublinhadoTachadoCitaçãoCódigoLista numeradaLista com marcadoresSubscritoSobrescritoDiminuir recuoAumentar recuoCor da fonteCor de fundoAlinhamentoLimparInserir linkImagemFórmula

Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta.

User badge image

Outros materiais