A analogia, que é também chamada de integração analógica, suplemento analógico ou aplicação analógica, sendo uma forma de auto-integração da lei, não é o mesmo que interpretação analógica e interpretação extensiva. Na verdade, trata-se de três institutos diferentes.
Entende-se por interpretação analógica o processo de averiguação do sentido da norma jurídica, valendo-se de elementos fornecidos pela própria lei, através de método de semelhança. E estas, também não se confundem com a interpretação extensiva, que é o processo de extração do autêntico significado da norma, ampliando-se o alcance das palavras legais, a fim de se atender a real finalidade do texto.
Assim, na analogia não há norma reguladora para a hipótese, sendo diferente da interpretação extensiva, porque nesta existe uma norma regulando a hipótese, de modo que não se aplica a norma do caso análogo. Não mencionando, tal norma, expressamente essa eficácia, devendo o intérprete ampliar seu significado além do que estiver expresso. Diferentes também da interpretação analógica, onde existe uma norma regulando a hipótese (o que não ocorre na analogia) expressamente (não é o caso da interpretação extensiva), mas de forma genérica, o que torna necessário o recurso à via interpretativa.
Portanto, no Direito Penal, em regra, é terminantemente proibida à aplicação da analogia que venha a prejudicar o réu (analogia in malam partem), pois fere o Princípio da Legalidade ou Reserva Legal, uma vez que um fato não definido em Lei como crime estaria sendo considerado como tal. Por exceção, admite-se a analogia que não traga prejuízos ao réu (analogia in bonam partem). Já a interpretação analógica e a interpretação extensiva, são perfeitamente admitidas no Direito Penal
A analogia é aplicação de uma lei semelhante a um caso para o qual não foi prevista nenhuma norma. No direito penal é proibido a analogia in malan partem podendo ser utilizada a analogia in bonam partem. A interpretação analógica acontece quando o legislador menciona que outras hipóteses semelhantes também poderão ser consideradas para a aplicação daquela norma. Ex.: Art. 121 §2º, I, do Código Penal dispõe:
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
Na parte final em negrito há uma hipótese de interpretação analógica, pois, não só paga e promessa de recompensa pode ser considerada motivo torpe e sim qualquer outra hipótese que causar repugnância na sociedade e constituir o crime em questão.
A interpretação extensiva acontece quando o legislador na norma legal menciona menos do que queria, desse modo, o intérprete estende a hipótese legal para outros casos.
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