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Qual a diferença entre concussão e corrupção passiva?

💡 8 Respostas - Contém resposta de Especialista

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Passei Direto

Os dois PMs acusados de terem recebido propina para liberar o carro do atropelador do músico Rafael Mascarenhas, 18, filho da atriz Cissa Guimarães, foram denunciados ontem à Justiça Militar.

O sargento Marcelo Leal de Souza Martins e o cabo Marcelo Bigon vão responder à Justiça sob acusação dos crimes de corrupção passiva, falsidade ideológica e descumprimento de missão.

Somadas, as penas dos três crimes podem chegar a 15 anos de detenção. Os PMs foram denunciados pela promotora Isabella Pena Lucas, da 1ª Promotoria de Justiça da Auditoria Militar do Estado do Rio. Os advogados dos PMs não foram localizados.

Em depoimento logo após a morte de Mascarenhas, o empresário Roberto Bussamra, pai de Rafael Bussamra, disse que os policiais pediram R$ 10 mil para que seu filho não fosse responsabilizado pelo atropelamento do músico, que andava de skate no túnel Acústico, na Gávea (zona sul do Rio).

Este é um exemplo interessante para entendermos a diferença entre corrupção passiva e concussão.

Na corrupção passiva, o criminoso pede ou recebe o dinheiro (ou um bem, ou um favor) para fazer ou deixar de fazer algo contra a lei. Reparem que é isso que eles são acusados de terem feito (‘pediram R$10 mil’). Como já vimos aqui, não importa se a outra parte pagou ou não: o crime está cometido assim que a pessoa pediu o dinheiro/bem/favor.

 

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David Batista

No crime de concussão (art. 316, caput, CP) o agente (funcionário público, por ser crime próprio) EXIGE a vantagem indevida. Ou seja, prática uma conduta comissiva, exigindo vantagem indevida usando de coação, forçando a vítima a entregar-lhe o que quer. Esta vantagem pode ser para si ou para outrem, mesmo fora da sua função ou antes de asssumí-la, mas em razão dela. O crime se consuma com a exigência, sendo o pagamento dessa mero exaurimento. Ex. O policial que pára um motorista na blitz, verifica situação irregular do veículo e exige dinheiro para liberá-lo.

Já no crime de corrupção passíva (art. 317 caput, CP)os verbos nucleares do tipo são SOLICITAR, RECEBER OU ACEITAR PROMESSA de vantagem indevida. No núcleo solicitar não há coação na conduta criminosa. Existe um acordo de vontades. Ressalta-se contudo, que trata-se de um tipo misto alternativo, e por essa razão o crime pode ser práticado pelo recebimento e pela aceitação de promessa de vantagem indevida. O crime se consuma no instante em que a solicitação chega ao conhecimento do terceiro ou aceita a promessa de sua entrega, sendo o pagamento da vantagem mero exaurimento do crime. Ex. O policial que pára o motorista na bliz, e ele, o policial solicita, recebe ou aceita promessa de vantagem indevida.

Talvez essas sejam as grandes diferenças entre estes dois crimes funcionais. Há outras diferenças (formas qualificadas, causa de aumento de pena) que são devem ser atentadas e que são notadas com a leitura simples do texto normativo.

Código Penal Anotado - Damásio de Jesus 19ª edição

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Corato

Boa noite.

"Na concussão, o funcionário público constrange, exige a vantagem indevida. A vítima, temendo
alguma represália, cede à exigência. Na corrupção passiva, há mero pedido, mera solicitação. A
concussão, portanto, descreve fato mais grave e, por isso, deveria possuir pena mais elevada. Ocorre
que, após o advento da Lei n. 10.763/2003, a pena da corrupção passiva passou a ser maior que a da
concussão, o que é absurdo. Para a concussão, é prevista pena de reclusão, de dois a oito anos, e multa,
e para a corrupção passiva, pena de reclusão, de dois a doze anos, e multa. Por isso, em razão do
princípio da proporcionalidade, grande parte da doutrina entende que o máximo de pena que pode ser
aplicada para a corrupção passiva é de oito anos." 

Victor Eduardo Rios Gonçãlvez

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lucas

CONCUSSÃO É o crime praticado por funcionário público, em que este exige, para si ou para outrem, vantagem indevida, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela. O crime é punido com pena de reclusão, de dois a oito anos, e multa. Os parágrafos 1º e 2º, do artigo 316, do Código Penal, preveem o excesso de exação, que são as formas qualificadas do delito de concussão, em que se pune mais severamente, com pena de reclusão de três a oito anos e multa, o funcionário que exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza, e com pena de reclusão, de dois a doze anos, e multa, aquele que desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos Art. 316, "caput" e §§ 1º e 2º do CP CORRUPÇÃO PASSIVA Crime contra a administração pública daquele que solicita ou recebe, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida (CP, art. 317, §§ 1.o e 2.o).
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