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Fases do processo.

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Jose Valter Freitas dos Santos

 O procedimento ordinário se desenvolve basicamente em 3 fases distintas: 
· postulatória: autor e réu se apoiam - e a resistência a ela- com a negativa dos fatos, ou das conseqüências jurídicas deles, ou ainda com a apresentação de fatos novos; 
· instrutória ou probatória: os fatos que eventualmente tenham permanecido controvertidos serão objeto de provas destinadas a convencer o julgador da veracidade dos mesmos. 
· decisória. Alguns autores incluem a fase recursal também. 
Entre a fase postulatória e a instrutória, o julgador deve fazer um novo exame, mais aprofundado do que aquele realizado quando do despacho da petição inicial, para aferir se o processo não contém vícios ou irregularidades que impeçam o julgamento da lide, e que possam eventualmente ser sanadas ou, então, para que seja proferido antecipadamente esse julgamento dada a desnecessidade da abertura da fase instrutória. 

O CPC de 1939 designava essas providências saneadoras do processo pelo nome de despacho saneador. Na verdade, não era um ato, como o nome podia indicar, mas uma série de providências preliminares e decisões, indo estas desde o saneador propriamente dito, até o julgamento terminativo do processo sem resolver o mérito. Lembra-se que no sistema processual anterior não era possível o julgamento ao final da fase postulatória, encerrando-se a instância apenas com a decisão terminativa. 

Referido autor indica que a origem desta fase de saneamento encontra-se no Direito Português, funcionando como uma separação entre as 2 fases, na separação entre a fase in jure e a in juditio. De qualquer forma, é uma fase importante na medida em que, além de possibilitar o enfrentamento antecipado do mérito, quando desnecessária a fase instrutória, evita que se prossiga num processo que, em razão dos vícios ou irregularidades não sanados, não se preste à sua finalidade. 

Vimos que, provocada a jurisdição pelo autor com o exercício do direito de ação, o que é feito através de um ato processual postulatório - a petição inicial. Citado o réu, este tem o ônus de se defender; caso não o faça será revel, e uma das conseqüências da revelia é a presunção da veracidade dos fatos constitutivos do direito do autor, afirmados na petição inicial, desonerando o autor do ônus de comprová-los. Mas, para que esse efeito ocorra, a citação terá de ser real - pelo correio ou por mandado - e o réu tenha sido advertido dessa conseqüência, além de incorrer qualquer das hipóteses que o afastem. 

Desta forma, não tendo havido contestação, deverá o juiz examinar a se ocorreu o efeito 1º da revelia - a presunção de veracidade dos fatos afirmados pelo autor. Para tanto se examinará se a citação foi real e se atendeu os requisitos formais exigidos pela lei, inclusive quanto a advertência a que aludimos. Se constatar que a citação foi ficta - por hora certa ou por editais - ; ou se o réu for incapaz e não tiver representante, ou se os interesses deste colidirem com os dele, deverá nomear ao réu curador especial, na pessoa do defensor público ou, onde não houver, de um advogado. O curador especial pode contestar por negação geral, ou seja, não tem o ônus de impugnar especificamente os fatos afirmados pelo autor. 

Constatado que a citação foi real, e que obedeceu as exigências legais, deverá o juiz verificar se ocorreram aquelas situações previstas no art. 302 e que afastam o efeito da revelia. Caso o efeito da revelia tenha ocorrido, o juiz não precisará iniciar a fase instrutória, já que a presunção dispensa o autor do ônus de provar os fatos que alegou e não há fato a ser provado pelo réu, pois não contestou. O juiz terá condições de julgar antecipadamente a lide. 

Se, ao contrário, o efeito da revelia não ocorreu, o juiz deverá determinar que o autor especifique as provas que pretenda produzir na audiência. Nota-se que o dispositivo não indica prazo que o autor terá para essa especificação; assim, deverá o juiz fixá-lo, e se não o fizer, será de 5 dias. 

Essa duplicidade de especificação de provas, pelo autor, acabou gerando uma praxe: o autor na petição inicial, não indica as provas que pretende produzir, se limitando a protestar pela realização das mesmas, somente especificando-as na fase de saneamento. O próprio STF admite essa prática. 

Se o réu contestou a ação, as providências a serem tomadas pelo juiz variam segundo o teor da contestação ou a instrução desta peça. 

A contestação pode, simplesmente, impugnar um, vários ou todos os fatos afirmados pelo autor. Lembrando que impugnar é negar a ocorrência dos fatos, o que deve ser feito em relação a cada um deles sob pena de se presumirem verdadeiros aqueles que não foram impugnados. Se ela se limitar a isto – não trouxer qualquer defesa de processo e não vier acompanhada de prova documental – deve o juiz, a ex. do que determina o art. 324, determinar que autor e réu especifiquem as provas que pretendam produzir em audiência? 

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