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No que tange ao direito administrativo existe possibilidade de delegação do poder de policia para entidades privadas?

💡 2 Respostas

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Joana Verçosa

essa ocasião, a Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça, interpretando a legislação infraconstitucional incidente na matéria – calcada em dispositivos da Lei nº 9.503/97, que institui o Código de Trânsito Brasileiro, e da Lei nº 6.404/76, que trata das sociedades por ações –, assentou o entendimento de que tais atividades abrangeriam quatro espécies de atos, quais sejam, legislação, consentimento, fiscalização e sanção, das quais apenas a primeira e a última não seriam passíveis de serem delegadas às entidades privadas integrantes da Administração Pública indireta. Ou seja, as atividades referentes ao consentimento e à fiscalização de trânsito poderiam ser exercidas por empresas públicas e sociedades de economia mista, sendo vedada às mesmas, contudo, a delegação de atos relativos à aplicação de multas e, evidentemente, à legislação em matéria de trânsito.

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Especialistas PD

Sobre o tema, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo ensinam que:

“Quanto à delegação de poder de polícia a pessoas privadas, instituídas pela iniciativa privada – portanto, não integrantes da administração pública em acepção formal -, é francamente minoritária a corrente que a considera válida, ainda que efetuada por meio de lei. A grande maioria da doutrina, baseada no entendimento de que o poder de império (jus imperii) é próprio e privativo do Estado, não admite a delegação do poder de polícia a pessoas da iniciativa privada, ainda que se trate de uma delegatária de serviço público.”

(...)

“Na jurisprudência, há um importante precedente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no qual a 2ª Turma decidiu que as fases de “consentimento de polícia” e de “fiscalização de polícia” podem ser delegadas a entidades com personalidade jurídica de direito privado integrantes da administração pública e que, diferentemente, as fases de “ordem de polícia” e de “sanção de polícia”, por implicarem coerção, não podem ser delegadas a tais entidades.” (Direito Administrativo Descomplicado. 21ª ed. pg. 253-254).

Vale lembrar que a doutrina apresenta 4 fases do chamado “ciclo de polícia”:

  1. Ordem de polícia
  2. Consentimento de polícia
  3. Fiscalização de polícia
  4. Sanção de polícia
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