Sobre a relação do Direito Administrativo com outros ramos do Direito, Hely Lopes Meirelles ensina:
“Com o Direito Urbanístico, também muito ligado ao Direito Municipal, o Direito Administrativo tem uma conexão muito forte, já que aquele surgiu da necessidade de se ordenar o crescimento das cidades, em consequência da migração da população rural para as cidades. Como as normas urbanísticas municipais esbarravam sempre no conceito de propriedade privada, tomou-se indispensável que a União viesse a legislar sobre o problema, o que acabou sendo feito com o Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001).
Paralelamente, foram outorgados aos Estados a criação e o planejamento das Regiões Metropolitanas, já que os Municípios, isoladamente, não teriam condições para tanto.
Com o Direito Ambiental ocorre praticamente o mesmo que com o Direito Urbanístico. Partindo inicialmente de normas administrativas municipais de controle da poluição urbana, o Direito Ambiental foi ampliando sua área, criando-se, inclusive, no âmbito federal, um sistema nacional de proteção ao meio ambiente (SISNAMA), para a preservação dos recursos naturais e o controle da poluição. Hoje, todo esse Sistema está subordinado ao Ministério do Meio Ambiente.” (Direito Administrativo Brasileiro. 42ª ed. pgs. 44)
Fabiano Melo complementa:
“Em termos históricos, a disciplina acadêmica que conhecemos como Direito Ambiental surgiu, à semelhança de tantos outros ramos jurídicos hoje estudados autonomamente, no seio do Direito Administrativo, na medida em que parte significativa de seu objeto de estudos sempre envolveu atividades da Administração Pública voltadas à proteção e preservação do meio ambiente.
Inegável, porém, que nos dias atuais o Direito Ambiental atrai para seu campo de interesses “saberes” que vão muito além do tradicional regime jurídico-administrativo. Há, indiscutivelmente, muito de Direito Administrativo nos temas dos princípios, do licenciamento, EIA-Rima e da responsabilidade.
Contudo, a disciplina sofre igual influência das searas criminal, civil, constitucional, empresarial, além – e isso causa muita preocupação entre os estudantes – de ciências extrajurídicas, como biologia, geografia etc.” (Direito Ambiental. 2ªed. e-book. Pg. 09)
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