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Direito das coisas - Civil 4

Direito Civil IV

Direito das Coisas (Livro III da parte especial, art. 1196 a 1510)

 

  1. Conceito: segundo Maria Helena Diniz, “o Direito das Coisas vem a ser um conjunto de normas que regem as relações jurídicas concernentes aos bens materiais/imateriais suscetíveis de apropriação pelo homem.”

Alguns autores, incluindo Joel Dias Figueira Júnior, considera o nome “Direito das Coisas” como inadequado, uma vez que coisa é somente uma espécie de bens, que são os materiais. Para eles, o nome deveria ser “Da Posse e dos Direitos Reais.”

Contudo, o nome “Direito das Coisas” se dá devido a este regular a relação entre o homem e as coisas que são indispensáveis à satisfação de suas necessidades, e que estejam dotadas de valor econômico, que estejam sobre a propriedade e o domínio do homem.  

Estes podem ser materiais/imateriais. Os direitos autorais são exemplos de coisas imateriais que são tutelados pelo “Direito das Coisas.”

Em outras palavras, o Direito das Coisas é o que regula o poder do homem sobre as coisas, materiais ou imateriais, dotadas de economicidade.

Sua natureza jurídica é de poder imediato, direto, do homem sobre a coisa, sem que haja a necessidade da participação de outrem para que esse poder seja exercido. Seus elementos são: interno: o poder sobre a coisa (senhorio); e externo: o poder que torna o direito sobre a coisa oponível a todos.

 

2) Divagações doutrinárias:

 

2.1) Domínio x Propriedade: embora o nosso Código Civil o coloque como expressões sinônimas, o primeiro se refere às coisas materiais, enquanto que o segundo às coisas materiais e imateriais.

Algo importante a ser suscitado, está na perda do caráter individualista, no direito de propriedade.

À título de exemplo, temos a separação entre solo e subsolo, que proporciona ao Estado a titularidade na exploração de minérios (Código de Minas), de petróleo…Ao proprietário do solo, fica assegurada a participação nos lucros advindos da atividade, devido ao uso do solo¹.

Um outro exemplo disto é a normatização das construções, que devem seguir às normas.

A constituição federal atribui a função social na propriedade, conferindo a esta o dever de gerar empregos, riquezas e renda.

¹ Imaginemos que somos prefeito de um municipio desprovido de energia elétrica e solicitamos a CIA de eletricidade para que esta a implemente. Só que, para que a energia elétrica chegue a cidade, faz-se necessário a instalação de postes e fiações elétricas no interior de propriedades rurais particulares. Os donos dos solos, neste caso, terão direito a um pagamento mensal pelo uso dos mesmos.

 

  1. Direitos autorais se enquadram no rol de Direitos Reais?

Sim, embora este tenha tratamento diferenciado pelo fato de ser um direito imaterial e qualificado como um direito da personalidade.

 

2.2) Direitos Reais X Direitos Pessoais: os segundos se caracterizam pela relação interpessoal (entre pessoas), pela determinação ou possibilidade de determinação dos sujeitos, pela transitoriedade dos direitos, pelo caráter patrimonial das obrigações estabelecidas entre as partes; enquanto que o primeiro se caracteriza pela relação de poder do homem sobre a coisa, sendo esta submetida a todos ou a alguns aspéctos.

O sujeito passivo é indeterminado, podendo ser qualquer pessoa que obstacularize o titular de exercer o seu direito sobre a coisa.

 

  1. É possível exercer direito real sobre coisa alheia?

Sim.

 

  1. Outras diferenças:

 

DIREITOS REAIS

DIREITOS PESSOAIS

Normas de natureza cogente.

Normas de ordem publica.

Exercido de forma direta, sem a intervenção de quem quer que seja.

Normas de natureza facultativa

Normas disponíveis. Que permitem o livre exercício da autonomia da vontade.

Exercido mediante intervenção da vontade



3) Posse: o seu conceito é ambíguo e controvertido, uma vez que se confunde muito com o de propriedade, o da tradição, o do domínio político, o da investidura do funcionário público que se compromete a exercer sua função com honradez, e com o domínio de uma pessoa sobre outra. Para que se chegue a um conceito mais exato, é necessário um estudo sobre a teoria subjetiva, de Savigny; a teoria objetiva, de Ihering; e as teorias sociológicas.

  1. Teoria Subjetiva (Savigny): a posse como um somatório de dois elementos, sendo estes o “corpus”(elemento material externo/objetivo) - poder físico da pessoa sobre a coisa. Ocupação da coisa pela pessoa - e o ânimus (elemento interno/subjetivo) - vontade de ser dono da coisa. Em outras palavras, para Savigny, a posse é o poder que a pessoa tem de dispor fisicamente de uma coisa (corpus), aliada a vontade desta de obtê-la para si (ânimus).

Essa teoria está completamente defasada, pelo fato de desconsiderar, por exemplo, os locatários e os comodatários como possuidores, sendo estes meros detentores.

  1. Teoria Objetiva (Ihering): criou um conceito de posse, baseado no conceito de propriedade, atribuindo a faculdade, ao proprietário, de ceder apenas a posse a outrem. É o que ocorre com os aluguéis e arrendamentos de bens imóveis. Atribui, à posse, a classificação em direta - exercida por quem recebe do proprietário o direito de posse (locatário/usufrutário/comodatário) - e em indireta - exercida pelo proprietário.

O art. 1210 do Código Civil estabeleçe que os dois tipos de possuidores podem exercer o direito de proteção possessória.

 

Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.

§1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.

§ 2º Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.

 

Teoria adotada por nosso ordenamento jurídico, embora a teoria de Savigny não esteja totalmente superada, uma vez que se admite o elemento “CORPUS” como fundamento para a obtenção da posse. O “ÂNIMUS” está ínsito no poder de fato exercido sobre a coisa; o que importa é a destinação econômica do bem.

 

Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.

Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.

 

O Enunciado 236 da IIIª Jornada de Direito Civil interpreta os art. 1196, 1205 e 1212, no sentido de considerar, como possuidor, para todos os efeitos legais, também a coletividade desprovida de personalidade jurídica.

 

O Enunciado 77 da Iª Jornada de Direito Civil afirma que “A posse das coisas móveis e imóveis também pode ser transmitida pelo constituto possessório.

 

Contratos que transferem somente a posse: locação, comodato, depósito…

Contratos que transferem a posse e a propriedade: contrato de compra e venda, de doação, contrato de mútuo...

Contratos onde não se transferem a posse e/ou a proriedade: contratos que têm como objetos bens imateriais, como direitos autorais...



  1. Teorias Sociológicas: considera as caraterísticas sociais da posse e da propriedade.

c.1) Teoria social da posse (Perozzi): caracteriza-se pelo comportamento passivo da coletividade diante da posse.

c.2) Teoria da aprorpiação econômica (Saleilles): caracteriza-se pela autonomia da posse em relação à propriedade.

c.3) Teoria da concepção social da posse: encorporada pela Constituição Federal de 1988 e pelo Código Civil de 2002. Caracteriza-se não somente pelo poder sobre a coisa, como também pela função que esta exerce para que seja assegurada.

 

Em consonância com tudo o que foi estudado, chegamos a conclusão de que posse é, segundo Joel Dias Figueira Júnior, “poder fático de ingerência sócio econômica, absoluto ou relativo, direto ou indireto, sobre determinado bem da vida, que se manifesta através do exercício ou possibilidade de exercício inerente á propriedade ou a outro direito real suscetível à posse.

 

3.1) Espécies de posse:

  1. Direta e indireta: direta quando recebida para o uso e o gozo, em virtude de contrato, sendo temporária e derivada (exercida pelo possuidor). Indireta é a que cede o uso do bem (exercida pelo proprietário) (art. 1197 do CC)

 

Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.

 

  1. Justa e injusta: a justa não se pauta na violência, na clandestinidade e na precariedade. Injusta quando dotada das características já citadas.

 

Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.

 

  1. De boa-fe e de má-fé: de boa-fé, quando há a convicção, pelo possuidor, de que a coisa lhe pertençe. De má-fé, quando o possuidor tem consciência da ilegitimidade de sua posse, motivada por vícios e obstáculos a sua aquisição.

 

Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa.

Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção.

Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor

não ignora que possui indevidamente.

 

art. 1203: mantimento da posse pelo mesmo caráter que foi adquirida -> aos herdeiros/legatários do possuidor(art. 1206). Assim se dá, também, para os herdeiros da posse injusta (art. 1208), dando o mesmo caráter à posse transmitida aos mesmos, até que se cesse a violência/clandestinidade. O mesmo artigo afirma que os atos de permissão ou de tolerância não induzem posse.

 

O possuidor de boa-fé, tem direito, enquanto a posse durar, aos frutos (art. 1214). Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas de produção e custeio; devem ser restituídos os frutos colhidos com antercipação.

Enunciado 302 da IV Jornada de Direito Civil: Pode ser considerado justo título para a posse de boa-fé o ato jurídico capaz de transmitir a posse ad usucapionem, observado o disposto no art. 113 (interpretação dos negócios jurídicos, em consonância com a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração).

Art. 1216: a não responsabilidade do possuidor em caso de perda ou deterioração da coisa, exceto se este der causa.

art. 1219: O possuidor de boa fé tem direito a idenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.

O possuidor de má-fé, segundo o art. 1216, responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas de produção e custeio.

art. 1218: este responde pela perda/deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante.

art. 1220: este será ressarcido somente pelas benfeitorias necessárias, sem o direito de retenção e o levantamento das voluptuárias.

art. 1222: direito que o reivindicante tem, face ao possuidor de má-fé, de escolher entre o valor atual das benfeitorias ou o seu custo.

 

  1. Nova e velha: nova, quando esta for estabelecida em menos de um ano e dia. Velha, se tiver mais de um ano e dia.

  2. Natural e civil (Jurídica): natural quando se constitui pelo exercício de poderes de fato sobre a coisa. Civil (jurídica), é a considerada por força de lei, sendo desnecessários atos físicos ou materiais. Em outras palavras, se transmite ou se adquire pelo títilo, não necessitando de qualquer contato com a coisa. Chama-se constituto possesório.

  3. ad interdicta e ad usucapionem:  ad interdicta, quando há a possibilidade de ser defendida por interditos e ações possessórias, quando molestada, más não conduz a usucapião. Por exemplo, temos o caso em que o locatário é vítima de ameaça/efetivação de turbação e esbulho¹. Este poderá defendê-la ou recuperá-la pela ação possessória, mesmo sendo contra proprietário. A ad usucapionem se prolonga no tempo, sendo passivel de usucapião.

 

¹Segundo Silvio de Salvo Venosa, o “esbulho existe quando o possuidor fica injustamente privado da posse. Não é necessário que o desapossamento decorra de violência. Nesse caso, o possuidor está totalmente despojado do poder de exercício de fato sobre a coisa. Existe esbulho, por exemplo, por parte do comodatário, quando, findo o contrato de empréstimo, o bem não é devolvido.” Em contrapartida, tratando-se de ofensa média à posse onde o titular da propriedade tem o exercício de sua posse prejudicado, embora não totalmente suprimido, não se configurará o esbulho, mas turbação da posse. “Os atos turbativos podem ser positivos, como a invasão de parte de imóvel, ou negativos, como impedir que o possuidor se utilize da porta ou do caminho de ingresso em seu imóvel.”

A medida judicial competente para sanar a turbação é a Ação de Manutenção de Posse. “Na ação de manutenção, de acordo com o art. 927 do CPC, o autor deve provar sua posse, a turbação e a data de seu início e a continuação da posse, embora turbada.”

Tratando-se de esbulho a medida competente será a Ação de Reintegração de Posse. “Além de sua posse, o autor deve provar o esbulho, a data de seu início e a perda da posse. O objetivo do pedido é a restituição da coisa a seu possuidor ou seu valor, se ela não mais existir.”



3.2) Posse e Detenção



  1. Detenção:

Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.

Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário.

 

O detentor possui coisa em nome do legítimo proprietário e em comando deste. Não gera usucapião, uma vez que não gera posse prolongada.

O Enunciado 301 da IIª Jornada de Direito Civil expõe a possibilidade de conversão da detenção em posse, desde que rompida a subordinação, na hipótese de exercício em nome próprio dos atos possessórios.

O art. 62 do CPC determina a nomeação à autoria do proprietário ou possuidor, caso haja demanda contra o detentor.

O Enunciado 493 da V Jornada de Direito Civil expõe que “o detentor pode, no interesse do possuidor, exercer a autodefesa do bem sob o seu poder.



Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.

 

3)DOS DIREITOS REAIS: PODER JURÍDICO, DIRETO E IMEDIATO, DO TITULAR, SOB A COISA, COM EXCLUSIVIDADE E CONTRA TODOS. A COLETIVIDADE ATUA NO POLO PASSIVO DA RELAÇÃO, UMA VEZ QUE TODOS DEVEM ABTER-SE DE QUALQUER ATO QUE OBSTACULARIZE O DIREITO DO MESMO.



Art. 1.225. São direitos reais (rol taxativo, embora existam outras previsões em outras leis esparsas e em outros dispositivos previstos no próprio Código Civil, como o pacto de retrovenda e o direito de retenção).

I – a propriedade - direito de usar, gozar, fruir e dispor. É o direito real por excelência. É pleno, uma vez que é ilimitado, em contrário aos outros direitos;

II – a superfície - concessão temporária, dada pelo proprietário, a quem almejar construir ou plantar em seu terreno. Deve haver registro no CRI;

III – as servidões - servidão predial, que é a restrição ao direito de propriedade exercida sobre o prédio serviente em favor do dominante. O art. 1379 dispõe que o exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por 10 anos, mos termos do art. 1242, autoriza o interessado a registrá-lo em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a sentença que julgar consumada a usucapião. O parágrafo único deste art. determina que, na falta de título, o tempo mínimo passa a ser de 20 anos.

O art. 1242 afirma que o possuidor de boa-fé, que estiver na posse do bem imóvel por 10 anos, também poderá adquirir a propriedade. O parágrafo único dispõe sobre o tempo mínimo de 5 anos, se o imóvel já estiver sido adquirido, onerosamente, com base no registrado no Cartório de Imóveis, sendo que esta aquisição tenha sido cancelada posteriormente, desde que os possuidores tenham ido residir nele ou realizados investimentos de interesse econômico e social;                                 ;

IV – o usufruto - é o direito, de caráter temporário, dado ao usufrutário, de usar (aproveitar as utilidades da coisa), gozar ou fruir (se beneficiar dos frutos e produtos) da coisa que não lhe pertençe;

V – o uso - consiste no direito de, apenas, usar, sendo defesos o uso e a fruição;

VI – a habitação - usar gratuitamente o imóvel para fins de moradia;

VII – o direito do promitente comprador do imóvel - direito concedido ao Promissário comprador, de haver para si a coisa, havendo a recusa do Proemitente vendedor em outorgá-la;

VIII – o penhor - direito real de garantia que recai sobre as coisas móveis, ficando estas na posse do credor para que não haja perda ou perecimento;

IX – a hipoteca - direito real de garantia sobre o bem imóvel, para assegurar a adimplência do débito;

X – a anticrese - direito real de garantia que consiste no recebimento de frutos de imóvel alheio, com a finalidade de adimplir dívidas do seu proprietário. Permite o direito de retenção, más não o de alienação;

XI – a concessão de uso especial para fins de moradia - direito real alienável, que consiste na posse, condicionada a ocupação pacífica e ininterrupta, de imóvel público urbano com até 250m², por famílias que não possuam outros imóveis. A ocupação deve ter mais de 5 anos, limitados até 30/06/2001. Esta concessão visa a moradia de pessoas de baixa renda;

XII – a concessão de direito real de uso - direito real intransmissível “inter vivos” ou “causa mortis”, consiste em um direito resolúvel, concedido ao particular, de uso de terreno público, para fins de edificação, urbanização, industrialização, cultivo, ou qualquer outra utilização de interesse público.

 

3.1) Espécies de Direitos Reais:

  1. Quanto a extensão do direito do titular: propriedade plena, quando todos os elementos constitutivos se reúnem nas mãos do proprietário, e propriedade restrita, quando um/alguns dos seus poderes se desmembram, passando para outrem.

  2. Quanto a perpetuidade do domínio: propriedade perpétua, de duração ilimitada, e propriedade resolúvel, que é a que encontra no seu titular constitutivo a motivação para a sua extinção. As próprias partes estabelecem condições resolutivas.

 

3.2) Classificação dos Direitos Reais:

  1. Direito Real sobre a coisa alheia: é o de receber de outrem, a permissão de uso ou de ter como sua, a propriedade, sob determinada circunstânçia ou condição, em consonância com a lei e com aquilo que ela considera como válido.

Ex. as servidões, o usufruto, o uso, a habitação, o direito do promitente comprador do imóvel, o penhor, a anticrese, a hipoteca e o direito de superfície.

b) Direitos reais limitados de gozo ou de fruição: abrange somente os direitos de uso e gozo de coisa alheia.

Ex. enfiteuse, superfície, servidões prediais, usufruto e habitação.

c) Direitos Reais de garantia: coisa alheia dada como garantia de débito.

Ex: penhor, anticrese, hipoteca e alienação fiduciária em garantia.

d) Direito Real de aquisição de imóvel: decorrente de compromisso irretratável de compra e venda de imóveis. Deve ser registrado no CRI. O Promissário Comprador tem o direito de exigir do Proeminente alienante a transferência da coisa, desde que tenha sido pago o valor desta.

 

3.3) Aquisição de Direitos Reais:

Transmissão da coisa móvel -> se concretiza pela tradição

Transmissão da coisa imóvel -> se concretiza pelo registro no CRI.

Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisas móveis, quando constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com a tradição.

Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código.

 

 

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Larissa Rafael

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