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explique a relacao entre as ideias de locke e o desenvolvimento do capitalismo na transicao do seculo XIX ao seculo XX e algumas de suas conseguencias

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Débora c Nascimento



O século XX, marcado pelo capitalismo industrial (ou industrialismo), e o século XX, marcado pelo capitalismo financeiro (ou monopolista), representam respectivamente, a fase inicial do modo de produção capitalista, fruto da superação do sistema feudal, e a fase mais recente onde o presença dos bancos e das grandes corporações no controle da economia são marcantes. O eixo que orienta o capitalismo são os ideais do liberalismo (mesmo que tais ideais não tenham sido de antemão reconhecíveis e profetizáveis).
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Daniel

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LR

 

O século XX, marcado pelo capitalismo industrial (ou industrialismo), e o século XX, marcado pelo capitalismo financeiro (ou monopolista), representam respectivamente, a fase inicial do modo de produção capitalista, fruto da superação do sistema feudal, e a fase mais recente onde o presença dos bancos e das grandes corporações no controle da economia são marcantes. O eixo que orienta o capitalismo são os ideais do liberalismo (mesmo que tais ideais não tenham sido de antemão reconhecíveis e profetizáveis). A relação de Locke com as ideias do liberalismo, em especial o ‘liberalismo dos modernos’, relaciona-se com o conceito do filosofo de propriedade. A compatibilidade com o capitalismo, e o empréstimo que o liberalismo faz das ideias de Locke, estão presentes nos seguintes pontos:

1) A acumulação: “A defesa da acumulação como compatível com o direito natural, no capítulo 5 do Segundo Tratado, é uma forma de legitimar a desigualdade.” (KUNTZ, 1997: 2);

2) A propriedade e o direito de governar: “rejeição da doutrina do direito divino dos reis” - “não há por que supor uma hierarquia natural entre os homens, nem pela paternidade, que só diferencia os indivíduos transitoriamente, na relação familiar, nem por qualquer outro título”; “não há por que afirmar um vínculo entre a propriedade e o direito de governar’, isto é, deve-se “fixar a distinção entre domínio privado e poder político, isto é, público” (KUNTZ, 1997: 3).;

3) A igualdade: “Como proprietários, argumenta Locke no capítulo 7 do Primeiro Tratado, Abel e Caim não tinham por que interferir no patrimônio do outro. Se esse direito existisse, um deles não teria de fato domínio privado. Em outras palavras, a condição de ambos, como detentores de direitos particulares, era de igualdade.” (KUNTZ, 1997: 3).

 Em resumo, a ligação entre Locke e o liberalismo pode ser vista a partir da seguinte conflusão: “Em parte, a divergência entre os liberais ocorre na interpretação dessa regra. Tratase de saber, no fundo, em que altura se deve traçar a linha do mínimo compatível com a dignidade humana, ou mesmo se alguma linha deve ser traçada. Mas essa é, talvez, a diferença menos importante. No fundo, a grande questão é saber se o atendimento dos direitos mínimos é uma responsabilidade coletiva. Desta perspectiva, o grande problema não é se o poder público deve ou não intervir em certos assuntos, mas, ao contrário, se a omissão seria legítima. Este é o ponto fundamental perdido em boa parte da discussão contemporânea. A grande questão não é se o mercado pode ou não fornecer certos bens e serviços, como assistência médica, educação e previdência, mas se esses temas devem ser tratados apenas como negócios ou, pelo menos dentro de certos limites, como responsabilidades públicas. Não se trata apenas de um problema financeiro, mas, antes de mais nada, de um tema ético e político. Locke abriu caminho para este debate ao perguntar, no último dos ensaios sobre a lei de natureza, se o interesse privado é a base dessa lei. Sua resposta, negativa, ainda vale alguma reflexão, a menos que se acredite que a responsabilidade coletiva, se houver alguma, deve ser deixada para uma suposta mão invisível do mercado.” (KUNTZ, 1997: 26).

Referência bibliográfica:

KUNTZ, Rolf. Locke, Liberdade, Igualdade e Propriedade. In Coleção Documentos (Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo), 1997.

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