A fraude contra credores ocorre através de um ato de disposição de bens, com o fito de prejudicar credores, de forma a reduzir o ativo patrimonial ou tornar-se insolvente.
Como preceitua o artigo 591 do Código de Processo Civil, "o devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens, presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei", decorrendo daí que o patrimônio do devedor garante a satisfação das obrigações por este assumidas. Destarte, muitos atos envolvendo disposição patrimonial, ainda que praticados com amparo na ilicitude, se sujeitam a posterior anulação por via judicial, se são animados pelo propósito malicioso do devedor de lesar seu credor. Por meio de ação própria, denominada ação pauliana ou revocatória, pode este último invalidar o ato praticado em prejuízo de seu crédito.
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O instituto da desconsideração da pessoa jurídica está previsto no artigo 50 do Código Civil, que prevê o seguinte:
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
Já o parágrafo primeiro nos explica o que pode ser considerado como desvio de finalidade:
§ 1º Para fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização dolosa da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza.
Sendo assim, é sim possível a desconsideração da personalidade jurídica por conta de fraude contra credores.
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