Rafael Carvalho Rezende Oliveira, dissertando sobre o tema, assim explica:
“A regra da licitação comporta exceções que devem ser previstas pela legislação. Aliás, a relatividade da regra constitucional e a instrumentalidade do processo de licitação estão evidenciadas no art. 37, XXI, da CRFB, que afirma: ‘ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública’.
Em determinadas hipóteses a licitação será considerada inviável por ausência de competição ou será inconveniente (ou inoportuna) para o atendimento do interesse público. Nessas situações, a legislação admite a contratação direta devidamente motivada e independentemente de licitação prévia.
Os casos de contratação direta não dispensam, em regra, a observância de um procedimento formal prévio, como a apuração e comprovação das hipóteses de dispensa ou inexigibilidade de licitação, por meio da motivação da decisão administrativa (art. 26 da Lei 8.666/1993).
As hipóteses de contratação direta são:
a) licitação dispensada (art. 17 da Lei 8.666/1993);
b) dispensa de licitação ou licitação dispensável (art. 24 da Lei 8.666/1993); e
c) inexigibilidade de licitação ou licitação inexigível (art. 25 da Lei 8.666/1993).” (Curso de Direito Administrativo. e-book. 6ª ed. pg. 457)
Do exposto, podemos concluir que o regime de contratações diretas responde a uma necessidade da administração, que muitas vezes se vê impossibilitada de realizar o procedimento licitatório, seja pela ausência de interessados, seja pela necessidade de padronização ou mesmo por questões de segurança nacional.
Fato é que a contratação direta gera uma série de questionamentos morais e legais em virtude dos diversos problemas causados pelo mau uso desse regime (corrupção, favorecimento de fornecedores, etc). Por esse motivo, é importante garantir a transparência do procedimento e uma fiscalização rigorosa sobre os agentes envolvidos.
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