Qual é o melhor resumo para Saúde do Trabalhador ?

O campo da Saúde e Segurança no Trabalho (SST) vem se construindo ao longo dos séculos, tendo
como horizonte a transformação da realidade dos trabalhadores.

Neste processo, foram sendo convocados
os trabalhadores – especialistas como médicos do trabalho, engenheiros e técnicos de segurança,
enfermeiros e auxiliares de enfermagem do trabalho, dentre outros, além dos trabalhadores
organizados em Comissões Internas de Prevenção de Acidentes. a fim de transformar a
gestão da SST em seu objeto de atuação profissional, com responsabilidades na elaboração e
implementação de ações em prevenção. Contrariando a expectativa, pouco se conhece a respeito da
atividade desses trabalhadores, o que constitui um paradoxo, pois uma política e uma prática em
SST, em qualquer nível, que não está sustentada, entre outras coisas, no
conhecimento da atividade terá sua efetividade prejudicada. Tal constatação originou a realização
dessa pesquisa, cujo objetivo geral é analisar a atividade dos profissionais de saúde e segurança do
trabalho de uma companhia nordestina geradora de energia elétrica sediada na cidade do Recife. Os referenciais teóricos da Ergonomia da Atividade, da Psicodinâmica do Trabalho, entre
outros, guiaram a concepção do percurso metodológico adotado. Tratou-se de um estudo de campo
de cunho qualitativo através da utilização de entrevistas semi-estruturadas junto aos onze
profissionais em SST, entre eles técnicos e engenheiros de segurança do trabalho da Divisão de
Segurança e Engenharia do Trabalho da referida empresa. Os dados obtidos foram
analisados por meio da Análise de Conteúdo Temática.
Destacamos como principais resultados, dentre outros aspectos, que as áreas de saúde e segurança
no trabalho possuem poucos momentos de comunicação. Os programas em SST implementados
pela empresa, de qualquer forma expressivos se comparados a outras, parecem traduzir uma
concepção de prevenção desatrelada das demandas da atividade, privilegiando a responsabilização
dos trabalhadores pela própria saúde e ocorrências de acidentes de trabalho. A política em SST, por
sua vez, em revisão, não reflete um processo participativo, onde os principais agentes da SST
pudessem registrar as suas demandas. O excesso de procedimentos burocráticos e orçamento
insuficiente para os programas previstos, também se constituíram como entraves organizacionais
bastante significativos. Nossa expectativa, portanto, é de que este estudo possa ajudar esses
profissionais a melhor compreenderem suas dificuldades e desafios, contribuindo para a elaboração
de métodos de intervenção mais adaptados às suas realidades laborais, com benefícios à sua saúde e
à qualidade do trabalho.