A eficácia horizontal trata-se da aplicação dos princípios constitucionais que protegem a pessoa humana nas relações entre particulares. Seu fundamento está no art. 5º, § 1º, da Constituição Federal de 1988, segundo o qual as normas que definem direitos fundamentais têm aplicação imediata.
Os Direitos Fundamentais têm eficácia vertical, por serem oponíveis contra o Estado, como direitos de defesa individual perante o arbítrio de poder que este eventualmente possa exercer, em determinados casos, quando vier a extrapolar suas funções legais. Por isso, podemos afirmar que a eficácia vertical é a observância dos Direitos Fundamentais nas relações entre o Estado e o particular.
A eficácia vertical dos direitos fundamentais refere-se à aplicação desse direitos nas relações entre o Estado e os particulares. É a aplicação clássica dos direitos fundamentais que, em sua origem, buscavam limitar o exercício do poder do Estado.
A eficácia dos direitos fundamentais nas relações privadas, ou seja, entre particulares, é chamada de eficácia horizontal.
A eficácia horizontal pode ser indireta, quando se condiciona a aplicação dos direitos fundamentais nas relações privadas à produção de leis infraconstitucionais, ou direta, quando esses direitos incidem independentemente de legislação infraconstitucional.
Os tribunais superiores já optaram pela aplicação direta em algumas ocasiões, como indica Bernardo Gonçalves:
“RE nº 158.215/RS. Nesse caso, julgado em 30/04/96, o STF considerou a expulsão de associados de uma cooperativa sem a observância do direito adequado de defesa e do devido processo legal como violações aos direitos fundamentais previstos constitucionalmente.
(...)
RR nº 122600-60.2009.5.04.0005. O caso julgado pelo TST envolveu regulamento de empresa em que o empregador, por meio de seu poder diretivo, proibia o namoro entre empregados, dentro e fora do local de trabalho. Dispensados os empregados que mantinham um relacionamento, a decisão do TST reconheceu a invalidade desse regulamento e, consequentemente, a arbitrariedade da dispensa, fixando danos morais para os empregados dispensados.” (Curso de Direito Constitucional. 9ª ed. pgs. 371-373)
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