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classificação dos contratos

Como se classificam os contratos considerados em si mesmos ? e os reciprocamente conciderados ?

💡 3 Respostas

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Gilson Britto

1)     Contratos considerados em si mesmos:

                      Nesta categoria os contratos podem ser classificados da seguinte forma:

 

1.1    – Unilaterais e Bilaterais:

 

 

a)     Unilaterais – um só contraente assume obrigações perante o outro, de modo que temos somente uma parte ativa de um lado e uma passiva de outro. Ex.: doação pura; depósito; o comodato; o comodato; o mútuo; o mandato.

b)     Bilaterais – há dependência recíproca de obrigações (sinalágma), ou seja, os contraentes são reciprocamente credores e devedores, produz direitos e obrigações a ambos.

 

OBS.: Todo contrato em sua formação será bilateral ou plurilateral, ou seja, o consentimento jamais será unilateral na formação do contrato. Logo, somente poder-se-á falar em contratos unilaterais se considerarmos os seus efeitos, portanto, em relação à bilateralidade ou unilateralidade da obrigação (efeitos) contratada e não da formação do contrato.

1.2   – Onerosos e Gratuitos (benéficos):

 

a)     Onerosos – estes trazem vantagens para ambos os contraentes, pois sofrerão com sacrifício patrimonial correspondente ao proveito almejado. Ex.: locação.

b)     Gratuitos ou benéficos – oneram somente uma das partes, sem exigir da outra qualquer contraprestação, ou seja, apenas um dos contraentes obtém proveito que corresponde ao sacrifício do outro. Ex.: doação pura e simples; mútuo sem retribuição, etc.

1.3   – Comutativos e Aleatórios:

 

a)     Comutativos – no ato da celebração do contrato as partes podem aferir a equivalência das suas respectivas prestações. Será comutativo o contrato oneroso e bilateral quando a extensão da obrigação de cada parte for conhecida desde a vinculação contratual, logo, a obrigação será certo, determinado e definitivo, representando uma relativa equivalência (subjetividade da equivalência).

b)     Aleatórios – (latim “alea” = perigo, sorte, azar, incerteza de fortuna) O contrato será aleatório se a prestação de uma ou de ambas as partes depender de um risco futuro e incerto, sem que se possa prever o seu montante, sendo que o risco pode ser de uma ou ambas as partes, mas a “alea” deve ser dos dois, sob pena de nulidade do contrato. Não há idéia de equivalência por força da incerteza. Será oneroso e bilateral.

1.4   – Contratos Paritários e Por Adesão:

 

a)     Paritários – as partes, em igualdade, discutem o contrato, ante ao princípio da autonomia da vontade, eliminando divergências mediante transigência mútua. Há duas ou mais, livres e coincidentes, manifestações de vontade. Estes contratos são caracterizados pela fase da puntuação, aquela em que as partes definem os “pontos” dos contratos.

b)     Por Adesão – se opõem ao paritário, pois inexiste a liberdade de convenção, uma vez que um dos contraentes (o oblato) se limita a aceitar as cláusulas previamente redigidas e impressas pelo outro (o policitante), aderindo a uma situação contratual já definida.

         Na relação de consumo a cláusula resolutória do contrato de adesão deverá ser alternativa, à escolha do consumidor, e a cláusula que implicar limitação aos direitos do consumidor deverá ser redigida com destaque e de fácil e imediata compreensão (Lei 8.078/90 – art. 54). Aqui cumpre consignar que os contratos de adesão não são caracterizados apenas pelos previstos no Código Consumerista, mas também, pelo chamados contratos coativos, ou seja, aqueles celebrados com as concessionárias prestadoras de serviços públicos.

QUANTO À FORMA:

 

a)     Consensuais – não impõem forma especial para celebração, se aperfeiçoando pela simples manifestação de vontades. Ex.: locação, compra e venda de móveis; parceria rural, etc.

b)     Solenes ou formais – a lei estabelece a forma especial para celebração, sob pena de não ter validade, não existir. Ex.: compra e venda de imóveis por escritura pública (art. 108 CC) e registro (art. 1.245 CC).   

c)      Reais – Só se aperfeiçoam com a entrega da coisa. Ex.: Comodato; mútuo; depósito, etc.

 

QUANTO À SUA DESIGNAÇÃO:

 

a)        Nominados (típicos) – São aqueles que possuem uma denominação legal própria, estando previstos e regulados por norma jurídica (CC, leis extravagantes), formando espécies definidas. Ex.: compra e venda; troca, doação, locação (CC) – incorporação (Lei 4.591/64 c/c 4.864/65) contratos bancários (Lei 5.595/64 c/c Código Comercial).

b)       Inominados – Afastam-se dos modelos legais, pois não são disciplinados pelo Código Civil ou por Leis extravagantes, sendo permitidas juridicamente em face da informalidade dos contratos e do princípio da autonomia de vontade. Em regra resulta da fusão de dois ou mais tipos de contratos nominados, criando-se cláusulas particulares e gerando, assim, um novo negócio jurídico contratual. Reger-se-ão pelas normas gerais dos contratos; pelas normas inseridas pelas partes; pelas normas aplicáveis ao contrato nominado que ofereça maior analogia e pelos princípios das modalidades que os compõem. Ex.: 1) a exploração da cultura de café (locação de serviço; empreitada; arrendamento rural e parceria agrícola); 2) troca de coisa por obrigação de fazer; 3) locação de caixa forte (misto de locação e depósito).

  A classificação do contrato depende dos elementos que o integram e não da denominação designada pelas partes. Assim, elementos espúrios e cláusulas secundárias não desnaturam o contrato para atípico, a fim de subtraí-lo do seu regime legal.

DISTINÇÃO DOS CONTRATOS QUANTO AO OBJETO:

 

a)    Contratos de alienação de bens – são os que versam sobre a transferência de patrimônio (gratuita ou onerosa). Ex.: compra e venda, doação, troca de bens, etc.

b)    Contratos de transmissão de uso e gozo – têm por objeto conceder a outrem a utilidade dos bens (domínio útil) sem necessariamente transferir o bem. Ex.: locação, comodato, etc.

c)    Contrato de prestação de serviços – tem por objeto a realização de serviços técnicos profissionais (médico, engenheiro, advogado, etc.) ou de serviços gerais (domésticos, limpeza, etc.).

d)   Contratos de conteúdo especial – são os contratos atípicos, que fundem duas ou mais espécies de contratos típicos.

 

QUANDO AO TEMPO DE SUA EXECUÇÃO:

 

a)    Execução imediata – se esgotam num só instante, mediante uma única prestação. Ex.: Compra e venda à vista; troca, etc.

b)    Execução continuada – prática ou abstenção de atos reiterados, cumprindo-se o contrato num espaço, mais ou menos, longo de tempo, de maneira que a prestação não poderá ser integralmente satisfeita na celebração do contrato. Dar-se-á sempre a termo. Ex.: compra e venda à prestação.

QUANTO À PESSOA DO CONTRATANTE

 

a)    Contratos pessoais (intuitu personae)

             A pessoa do contratante é considerada elemento determinante na conclusão do outro em contratar, o qual considera suas qualidades individuais imprescindíveis na execução da obrigação, que só poderá ser pelo próprio contratante cumprida.

 

b)    Contratos impessoais

            

             A pessoa do contratante é indiferente, de modo que o outro apenas exige que a obrigação seja cumprida, pouco importando quem a tenha feito.

 

  •  Algumas congruências práticas desta distinção:

             Na prática a maior relevância é a natureza personalíssima dos contratos pessoais a que acarretará o seguinte:

             I – são intransmissíveis, de sorte que a morte do contratante extingue o contrato que não poderá ser executado pelos sucessores;

             II – Não admite cessão, pois substituir o devedor implica novo contrato;

             III – São anuláveis em havendo erro especial sobre a pessoa do contratante;

 

2)    Contratos reciprocamente considerados

            

             Este critério examina objetivamente os contratos, em relação uns aos outros e podem ser distinguidos em:

 

2.1) Principais – existem por si, exercendo sua função e finalidade independente do outro.

 

2.2) Acessórios – a existência jurídica supõe a existência de um contrato principal, de forma que não existirá sem este. Ex.: fiança locatária.

 

2.3) Princípios fundamentais:

             I – a nulidade da obrigação principal acarretará a do acessório, porém a recíproca não é verdadeira (art. 184 CC)

             II - a prescrição da obrigação acessória não atinge a principal, entretanto, a prescrição da principal induz a prescrição do acessório.

Conforme estudado em aula em Teoria Geral dos Contratos

 fonte:http://notasdeaula.org/dir5/direito_civil4_contratos.html

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Ana Souza

Quanto ao conteúdo da prestação, qual a classificação da obrigação descrita no caso em comento? E, ainda, Alana poderá pleitear algo de Jéssica? Explique e apresente o fundamento legal.

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Ana Souza

 Quanto ao lugar do pagamento, qual a classificação da referida obrigação? Explique e apresente o fundamento legal. 


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