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No Homicído qualificado mediante paga ou promessa de recompensa a vantagem tem que ser econômica?

No Homicído qualificado mediante paga ou promessa de recompensa a vantagem tem que ser econômica? ou pode ser uma vantagem de qualquer natureza que incidirá a qualificadora do crime?

💡 2 Respostas

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Franciely Moura

Homicídio qualificado (art. 121, § 2º, CP): Os incisos I e II trazem qualificadoras relacionadas aos motivos do crime. Os incisos III e IV dizem respeito aos meios e modos de execução do homicídio. O inciso V refere-se à conexão, caracterizada por uma especial finalidade almejada pelo agente. As qualificadoras previstas nos incisos I, II e V são de índole subjetiva (pertencem à esfera interna do agente), não se comunicando aos coautores ou partícipes em caso de concurso de pessoas (art. 30 do CP). As qualificadoras descritas pelos incisos III e IV (meios e modos de execução) são de natureza objetiva (relacionam-se ao fato  praticado) e comunicam-se no concurso de pessoas, desde que conhecidas por todos os envolvidos, sob pena de responsabilidade penal objetiva. Pela mesma razão, devem ainda integrar o dolo do responsável pelo homicídio.

Mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe (inc. I): Homicídio mercenário ou homicídio por mandato remunerado, motivado pela cupidez (ambição desmedida). Na paga o recebimento é prévio, enquanto na promessa o pagamento é convencionado para momento posterior à execução do crime. Não é necessário que o sujeito efetivamente receba a recompensa. O pagamento, em ambos os casos, pode ser em dinheiro ou qualquer outra espécie de bem, não sendo a vantagem necessariamente econômica. Cuida-se de crime plurissubjetivo, plurilateral ou de concurso necessário, pois devem existir ao menos duas pessoas: o mandante e o executor. Não se aplica a qualificadora ao mandante, por se tratar de circunstância manifestamente subjetiva (art. 30 do CP), exceto se restar comprovado que o motivo que o levou a encomendar o homicídio também é torpe (torpeza genérica). Motivo torpe é o vil, repugnante, abjeto, moralmente reprovável. A vingança não caracteriza automaticamente a torpeza. O ciúme não é considerado motivo torpe.

 

Fonte: MASSON, Cleber, 1976- Código Penal comentado / Cleber Masson. 2. ed. rev., atual. e ampl. - Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,
2014.

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Renato Batista de Queiroz

Esse entendimento trazido na lição de Cleber Masson é seguido por alguns adeptos, contudo é a corrente minoritária.

Majoritariamente (leia-se, sobretudo, para concursos públicos) tem-se entendido que para incidência da qualificadora em tela se exige a vantagem econômica, correspondendo o recebimento de qualquer outra espécie de recompensa em um motivo torpe diferso (ou seja, é ainda homicídio qualificado, mas por motivo torpe e não pela paga ou promessa de recompensa).

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