Estudo de Caso - Direito Processual do Trabalho
Raimundo da Silva juntamente com seu empregador, proprietário da Panifi cadora Lusitana Ltda., fi rmaram acordo extrajudicial buscando rescindir o contrato de trabalho mantido entre as partes. A aludida avença fora formalizada no escritório do advogado da empresa, Dr. Gonçalves Prado. Raimundo estava desacompanhado de advogado durante a assinatura do citado termo. No dia seguinte à formalização do acordo, as partes manejaram na justiça do trabalho, fi rme nos artigos 114, inciso IX da CF, 475-N, inciso V do CPC, 769 e 876 ambos da CLT e 840 do Código Civil, ação buscando homologação judicial da referida composição. Ao enfrentar a matéria, o juiz de primeiro grau julgou extinto o processo sem apreciação do mérito, com fulcro no artigo 267, inciso IV do CPC, por entender ausente pressuposto de desenvolvimento válido e regular do processo. A par dos elementos fáticos constantes do enunciado da pergunta, na sua opinião, a decisão prolatada pelo juiz de primeiro grau se evidencia acertada? Fundamente sua resposta à luz dos postulados inerentes tanto ao direito material quanto processual do trabalho.
💡 2 Respostas
Francielli Galvão Penariol
A decisão prolatada pelo juiz de primeiro grau evidencia-se acertada, uma vez que, no ordenamento jurídico vigente, inexiste previsão para homologação de acordo extrajudicial na Justiça do Trabalho, em jurisdição voluntária, razão pela qual o juízo singular extinguiu o processo sem julgamento de mérito por ausência de interesse de agir.
Segundo a diretriz do artigo 114, IX, da CF, compete á Justiça do Trabalho processar e julgar outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho. "In casu", as partes postulam, conjuntamente a homologação de acordo extrajudicial.
Ademais, revela-se impossível a adoção subsidiária do procedimento judicial sem contencioso, visto que o silêncio das normas trabalhistas nesse sentido é eloquente e a análise da principiologia constitucional e trabalhista não permite que se ingresse com uma ação com o simples intuito de conceder efeitos de coisa julgada ao acordo extrajudicial.
Nesse contexto, conclui-se pela incompetência da Justiça do Trabalho para apreciar o feito, na medida em que, na hipótese, não há controvérsia, ou seja, não há litígio oriundo da relação de trabalho, pois as partes limitam-se a requerer, conjuntamente a referida homologação.
Larissa Zanelatto
A decisão prolatada pelo juiz de primeiro grau é devida, uma vez que, no ordenamento jurídico vigente, inexiste previsão para homologação de acordo extrajudicial na Justiça do Trabalho, em jurisdição voluntária, razão pela qual o juízo singular extinguiu o processo sem julgamento de mérito por ausência de interesse de agir.
Segundo a diretriz do artigo 114, IX, da CF, compete á Justiça do Trabalho processar e julgar outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho. "In casu", as partes postulam, conjuntamente a homologação de acordo extrajudicial.
Ademais, revela-se impossível a adoção subsidiária do procedimento judicial sem contencioso, visto que o silêncio das normas trabalhistas nesse sentido é eloquente e a análise da principiologia constitucional e trabalhista não permite que se ingresse com uma ação com o simples intuito de conceder efeitos de coisa julgada ao acordo extrajudicial.
Nesse contexto, conclui-se pela incompetência da Justiça do Trabalho para apreciar o feito, na medida em que, na hipótese, não há controvérsia, ou seja, não há litígio oriundo da relação de trabalho, pois as partes limitam-se a requerer, conjuntamente a referida homologação.
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