No meu curso, os professores têm um discurso comum segundo o qual o curso de Arquitetura deve deixar o aluno livre para seguir seu próprio caminho.
Acho isso interessante, mas talvez um pouco "livre" demais. Eu gostaria de ter mais aulas de embasamento, que estruturassem nosso pensamento e dessem algum grau organizanização de conceitos para a criação do nosso futuro repertório.
Porque para se organizar um repertório apenas com base em pesquisa própria, com certeza seria preciso muito mais anos de estudo (mais do que a faculdade dura...). O arquiteto que atinge isso está há anos no mercado e não repassa para os estudantes, que poderiam beneficiar-se com o conhecimento sistematizado do professor, saindo da faculdade já em outro patamar.
Eu gostaria de ter aulas mais expositivas e construir meu repertório por sobre o aprendizado, não o contrário...
Para me esclarecer melhor: quando se aprende uma nova língua, é necessário o vocabulário básico e a gramática. Depois, conforme a fluência acontece, o próprio falante adquire mais possibilidades de pesquisa e aprofundamento. Arquitetura, pra mim, nada mais é que uma linguagem...
Eu gostaria que os professores tentassem suprir nossas necessidades de embasamento nas aulas, nos direcionando para maiores pesquisas depois. Não apenas que nos propusessem um desafio indicando poucos caminhos apenas a partir do que conseguimos desenvolver.
E vocês, concordam comigo?
É assim na minha faculdade também.
A gente até brinca que PA é disciplina auto didata. O tempo que gastamos tentando nos situar, sem respaldo dos professores, poderia ser investido na parte criativa do projeto, na busca por uma identidade. No entanto, somos empurrados pro funcionalismo extremo, fazer os trabalhos pra passar o semestre até chegar lá pelo 7º período quando o quebra-cabeça estiver montado e a gente conseguir pensar a prática da Arquitetura como um todo, já aliando questões de legislação, com o programa e algum estilo próprio.
Queria uma metodologia estilo Bauhaus.
O problema e solução da arquitetura é ter esse conceito de liberdade como base. "A arquitetura é um oceano de conhecimento com um dedo de profundidade." Essa frase é a mais usada por boa parte dos professores do nosso curso, mas acho uma expressão vaga. Precisamos fazer uma especialização ou um curso para conseguir uma maior conhecimento em qualquer assunto de nossa área, pois só aprendemos o básico de tudo. Quero me especalizar em construções de madeira, mas só tenho uma cadeira de estruturas de madeira, então sei que vou precisar me aprofundar sozinho ou através de outros meios além da faculdade(Centro Universitário Estácio do Ceará - FIC). Nossa grade só aumenta com cadeiras onde só aprendemos o começo e somos jogados para "continuar o aprendizado" no mercado de trabalho quando já terminamos o curso. Meus professores destacam bem essa parte que todo o nosso conhecimento na faculdade é só uma base e que nunca vamos parar de aprender, principalmente depois de formados, pois nosso ramo sempre tem novidades. Diferente da medicina, onde nos podemos escolher ainda cursando qual área se especializar e escolher cadeiras baseadas nisso, somos obrigados a aprender de tudo e perdemos o luxo de poder escolher as cadeiras referentes a área que você quer seguir. Não é algo que atrapalhe, pois considero como uma forma de nos fazer "trilhar nosso próprio caminho" sozinhos e que o curso é nosso guia, só seria mais tranquilizante você ter um maior apoio na área em que você pretende se especializar.
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