Aristóteles defende a possibilidade de um conhecimento do real concreto. Como seria possível tal conhecimento?
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Gabriel Lucass Fernades
Seria possível este conhecimento através da experiencia auxiliada pelo uso da razão. Aristóteles, ao contrário de Platão, diz que os sentidos não eram apenas produtores de conhecimentos falsos e distorcidos, mas as nossas "janelas" (aberturas) para compreender o mundo natural, de modo que precisávamos usá-los. Eles deveriam ser guiados por um método reflexivo e baseado no uso da razão, para distinguir o acerto do erro.
Andre Smaira
Para Aristóteles existe cinco graus do conhecimento: a sensação, a memória, a experiência, a arte e a ciência. A sensação é justamente o que chega a nós pelos cinco sentidos. Desta sensação, surge a memória, que é a reunião de todas as sensações. Depois, temos a experiência, que é a capacidade de notar que algumas sensações se repetem da mesma forma e que há uma relação de causa e efeito na natureza. A experiência, memória e sensação não são exclusivas do ser humana, mas podem ser alcançadas por alguns animais.
De modo contrário, a arte e a ciência são graus específicos dos seres humanos porque pressupõe raciocínios e reflexões. A arte, também chamada de técnica, é a possibilidade que o homem tem de refletir sobre a experiência e aplicar as relações de causa e efeito para seu benefício. A ciência, por sua vez, se baseia na mesma coisa da arte, com a diferença que em relação à ciência, entende-se também qual é esta relação de causa e efeito e porque ela ocorre.
É interessante notar que a arte e a ciência são graus do conhecimento que ultrapassa o conhecimento de coisas particulares e chegam ao conhecimento do universal. Deste modo, podemos entender que o conhecimento do real concreto para Aristóteles é possível em todos os graus do conhecimento. Porém, somente nos dois últimos se chega à universalização deste conhecimento.
Finalmente, temos que o conhecimento para Aristóteles sempre tem como base a experiência sensível, que evolui para a memória e a experiência. Por meio da razão e da reflexão sobre as experiências sensíveis é possível chegar à universalização do sensível, atingindo a arte e a ciência, que são os mais altos níveis do conhecimento concreto real.
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