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Discorra sobre o Princípio da Insignificância.

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Patrick FB

  • Conceito: princípio que permite aferir se houve ofensa de alguma gravidade aos bens jurídicos protegidos, pois não é qualquer ofensa suficiente para se configurar o injusto típico;
  • Finalidade: permitir o afastamento da tipicidade material;
  • Natureza jurídica: excludente de tipicidade supralegal;
  • Princípios conexos: princípio da intervenção mínima: limita o uso do Direito Penal à proteção dos bens jurídicos mais caros à sociedade. Daí se extraem 3 subprincípios: 1- subsidiariedade: o DP só deve ser utilizado quando outros ramos do Direito forem insuficientes; 2- fragmentariedade: nem todas ações que lesionam o bem jurídico são proibidas como nem todos os bem jurídicos são protegidos pelo DP (CRB) 3-exclusiva proteção do bem jurídico: impede que o Estado use o DP na proteção de bens ilegítimos (ex. uma religião especifa); Princípio da lesividade ou da ofensividade: Para que se tipifique algum crime, em sentido material, é indispensável que haja lesão ou perigo de lesão relevante e intolerável a um BJ penalmente protegido.
  • Requisitos objetivos: Mínima ofensividade da conduta do agente; inexpressividade da lesão jurídica provocada, reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e nenhuma periculosidade social da ação;
  • Requisitos subjetivos: Com relação às circunstâncias pessoais do agente, observam-se três importantes aspectos, quais sejam, a reincidência, o infrator habitual e o criminoso militar. É necessária a observação das circunstâncias que envolvem a vítima para que aplique o princípio da insignificância, conjugando-se fatores peculiares, como a condição econômica, importância do objeto material, entre outros
  • Ato infracional: o Superior Tribunal de Justiça já firmou entendimento no sentido da possibilidade de aplicação do princípio da bagatela às condutas regidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (HC 276.358/SP, Rel. Ministro Nefi Cordeiro, Sexta Turma, DJe 22/09/2014)
  • Coisa julgada: Sim é possível, mediante a impetração de habeas corpus para o trancamento de ação penal, que sequer deveria ter sido deflagrada, e mesmo assim transitou em julgado, se a discussão jurídica ater-se exclusivamente à legitimidade da aplicação do princípio da insignificância, no delito de descaminho, quando o valor sonegado for igual ou inferior ao mínimo de dez mil reais. Em que pese a jurisprudência do STF reconhecer que o remédio constitucional do habeas corpus não pode ser utilizado como sucedâneo recursal ou fazer as vezes de uma revisão criminal, é possível o manejo do writ, na hipótese, quando a sua análise não demandar o revolvimento de provas e a reanálise do mérito.HC 97.510
  • Crimes que não admitem a aplicação do princípio: Crimes em que a jurisprudência rejeita: crimes com violência (lesão corporal, roubo); furto qualificado; tráfico de entorpecentes; crimes contra a fé pública em gera); contrabando; estelionato, violação de direito autoral(venda de dvds piratas); posse/porte de arma/munição (regra geral- perigo abstrato); tráfico internacional de arma de fogo/munição; delitos com violência doméstica (STJ/Súmula 589 - É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções penais praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas); provedor clandestino de internet sem fio; instalação clandestina de estação de radiofrequência(segurança e estabilidade do sist.. telecomunicações); crimes militares (preservação da autoridade/herarquia/disciplina-BJ inestimáveis para instituições militares).  Crimes em que há divergência na jurisprudência:  transmitir sinal de internet via rádio, como se fosse um provedor de internet, sem autorização da ANATEL – Para o STJ, é o crime do art. 183, L. 9472/94, ao qual não cabe insignificância (Súmula 606 - Não se aplica o princípio da insignificância a casos de transmissão clandestina de sinal de internet via radiofrequência, que caracteriza o fato típico previsto no art. 183 da Lei n. 9.472/1997); para o STF é atípico (info883); crimes cometidos por prefeitos (STJ precedentes inadmitem, STF tem precedente admitindo); apropriação indébita previdenciária – STJ admite (até 20.000,00), STF não admite BJ= subsistência da previdência social; posse de drogas para consumo pessoal – STJ inadmite, STF já admitiu; crimes contra a administração pública – STJ não admite (Súmula 599 - O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração pública), STF há decisões admitindo a outros crimes além de descaminho; manter rádio comunitária clandestina – STJ inadmite, STF em tese é possível dep. caso concreto (potência do transmissor da rádio).

 

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Estudante PD

O princípio da bagatela ou da insignificância menciona que quando o bem jurídico lesionado for ínfimo para o direito penal haverá a atipicidade material da conduta do agente, mesmo que haja tipicidade formal, isto é, mesmo que a conduta do agente se enquadre em algum tipo penal (tipicidade formal) o fato cometido não tem relevância para o direito penal (tipicidade material). Não existe, em regra, um valor legal para ser aplicado o princípio da insignificância. 

O Supremo Tribunal Federal menciona que para haver a aplicação do princípio da insignificância o agente criminoso deverá preencher os seguintes requisitos:

1 - a mínima ofensividade da conduta do agente;

2 - a nenhuma periculosidade social da ação;

3 -  o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento;

4 - a inexpressividade da lesão jurídica provocada.

É bom lembrar que com a súmula 599 do Superior Tribunal de Justiça não se aplica esse princípio aos crimes contra a administração pública. 

É bom lembrar que a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça considera insignificante a conduta do indivíduo que pratica o crime de descaminho sonegando tributos no valor de até 20 mil reais.

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