Para responder esta questão vamos entender o que Clausewitz entende como a distinção de guerra verdadeira e guerra real. Posteriormente, vamos apresentar a refutação proposta por Keegan. Clausewitz, como um militar estrategista que também escreveu tratados teóricos de guerra, nos apresenta uma distinção interessante do que seria uma guerra verdadeira e a guerra real. A guerra verdadeira, ou absoluta, para ele, seria aquela que se dá em termos dos conceitos da guerra, ou seja, a parte teórica que acontece sobre a guerra, as estratégias, conversas, técnicas de guerra, etc. A guerra real, por sua vez, seria aquela que de fato ocorre nos campos de batalhas, ou seja, a guerra que se pode observar empiricamente, com todas as ações dos exércitos que podem ser mensuradas e analisadas. Assim, a guerra verdadeira se daria no âmbito dos conceitos, coicidindo com a política. A guerra seria as próprias batalhas e o que acontece de fato dentro da guerra. Entretanto, Keegan percebe que a guerra possui muitos mais elementos do que a política coloca e, por isso, fazer uma distinção entre a guerra absoluta que seria compatível com a política absoluta e a guerra real, que seria apenas manifestações factuais da guerra absoluta, seria um erro porque deixaria de lado aspectos importantes da guerra, como aspectos sociais, econômicos e culturais. Portanto, Keegan refuta a ideia de distinção entre guerra verdadeira e guerra real de Clausewitz ao apontar que não se pode falar em uma guerra verdadeira que possui apenas elementos políticos, já que assim não seria possível compreender a real essência da guerra.
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