Desapropriação. De desapropriar (tirar a propriedade), indica o “procedimento administrativo pelo qual o Poder Público ou o delegatário autorizado visa alcançar a transferência compulsória da propriedade de outrem, fundado em declaração de utilidade pública ou interesse social, mediante pagamento de indenização”, cf. NOHARA, Irene Patrícia. Direito Administrativo. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2012. p. 720.
A desapropriação não é encontrada no Direito Romano devido à noção que se tinha de propriedade, como um direito, em geral, incontrastável. No entanto, na Idade Média, elaborou-se a teoria do domínio eminente do soberano, pela qual se justificava a obrigatoriedade da entrega de bens particulares, sem caráter prévio nem indenização, caso a vontade do dirigente assim determinasse (Cretella Júnior, 1998: 145).
Este caráter arbitrário da desapropriação foi modificado a partir da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1791), que prescreve em seu art. 17: ‘‘Sendo a propriedade um direito inviolável e sagrado, ninguém pode ser privado dela, a não ser quando a necessidade pública, legalmente constatada, o exija, de modo evidente, e sob a condição de indenização prévia e justa’’.
Atualmente, ela ganhou feições de instrumento de que se utiliza o Estado para remover obstáculos à execução de obras e serviços públicos, para propiciar a implantação de planos de urbanização, para preservar o meio ambiente, bem como que para realizar justiça social feita com a distribuição de bens inadequadamente utilizados pela iniciativa privada (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1998. p. 486).
Conforme ensinado por José Carvalho Filho, em seu livro Curso de Direito Administrativo, Em primeiro lugar, há a desapropriação ordinária, que está prevista no art. 5º, XXIX, da Constituição Federal. Ela é utilizada em caso de necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro.
Também na Constituição Federal há a previsão da desapropriação urbanística sancionatória, conforme art. 182, § 4º, III, da Constituição Federal. Ela é uma forma de penalidade aquele proprietário de solo urbano que não atenda a exigência de promover adequado aproveitamento de sua propriedade.
No art. 184, da Constituição Federal, há a previsão da desapropriação rural, que incide sobre imóveis rurais para fins de reforma agrária.
Por fim, no art. 243 da Constituição Federal está prevista a desapropriação confiscatória, que não há indenização, diferentemente dos modelos acima citados, pelo motivo de haver, na propriedade, culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo.
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