David, poder pode mas é preferível que o cunhado não seja primeira opção. Entende-se que familiares podem ser tendenciosos pelos laços que detém com quem falam a favor, no entanto, como bem explicou o colega há casos e casos, por exemplo, o cunhado não pode ser testemunha de testamento porque ele é intimamente ligado a alguém que tem interesse na sucessão. No entanto, em processos, quando não houver outros meios de provar o alegado sem que seja o cunhado ouvido é totalmente possível arrola-lo como testemunha, no entanto, ele pode ser considerado uma testemunha parcial.
Para melhor entendimento, não responderei a essa pergunta de forma direta (a que o seria adequada) visto ser uma pergunta objetiva. Contudo, ela requer um pouco de explicação, pois, assim, pode-se evidenciar melhor quem pode e quem não pode ser testemunha. A saber:
1) Os artigos 400 a 419, especifica claramente essas duvudas.
Por tanto, segue:
Pode ser testemunha toda pessoa física que, dotada de capacidade, não seja suspeita ou impedida.
A testemunha não pode ter interesse no litígio, não se confundindo com a parte da causa ou com o perito da causa, que deve limitar-se a utilizar seus conhecimentos técnicos para explicar ao juiz algo sobre os fatos da causa.
A capacidade para ser testemunha não se confunde com a capacidade civil, eis que o cego e o surdo, bem como o enfermo, não são incapazes civilmente, mas o são para testemunhar, se a debilidade apresentada resultar na impossibilidade de percepção sensorial do fato a ser narrado. Todavia, o surdo mudo capaz de comunicar-se por sinais pode servir de testemunha sobre os fatos que tenha presenciado. O maior de dezesseis e menor de dezoito anos pode testemunhar, porém, fica impossibilitada a ocorrência de crime por falso testemunho, eis que este é inimputável criminalmente. Na esfera do direito de família, é comum o menor ser ouvido como informante, cujo valor probatório é menor do que a prova testemunhal.
Consideram-se suspeitos:
a) Aquele que possua sentença transitada em julgado por crime de falso testemunho;
b) Aquele que, por seus costumes, não for digno de fé;
c) Aquele que for inimigo capital ou amigo íntimo de uma das partes;
d) Aquele que possua interesse no litígio, pois a testemunha deve ser neutra com relação ao processo, sem qualquer envolvimento com a demanda.
São impedidos:
a) O cônjuge e os parentes (ascendente e descendente em qualquer grau, e colaterais até o terceiro grau). Existe exceção nas causas em que exista interesse público, ou relativa ao estado da pessoa, e desde que não exista outro meio de prova dos fatos. Também se admite o testemunho de impedido nas causas de filiação, pois, neste caso, dificilmente se obtém testemunho de pessoa não impedida, uma vez que são os integrantes do núcleo familiar quem, via de regra, presenciam os fatos ocorridos no lar.
b) Quem for parte no processo. Evidentemente, tal hipótese se aplica ao caso de litisconsórcio, em que um litisconsorte não pode servir de testemunha para outro litisconsorte.
c) Aquele que intervém em nome da parte, como tutor na causa do menor, o representante legal da pessoa jurídica (que em verdade é parte e não testemunha), o juiz (entenda-se o juiz da causa), o advogado, e outros, que assistam ou tenham assistido as partes.
Portanto, se for ao foco da pergunta, Sim, é possível. Mas, é importante ressaltar, que o que pode acontecer é que ele se enquadra em alguma das causas de suspeição do art. 405, § 3º, porém, mesmo se adequando a este parágrafo o juiz poderá ouvilo, porém seu depoimento será prestado independentemente de compromisso, art. 405 § 4º.
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Direito Processual do Trabalho I
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