Ana,
essa é uma das minhas histórias favoritas, do modo como o professor expôs na aula eu nuca mais esqueci.
Kelsen era judeu, e antes da guerra ele desenvolveu a sua teoria, onde ele acreditava que as normas do Direito devem ser interpretadas de forma positiva e pura, sem que nenhuma outra fonte interferisse na ciência juridica, ou seja, ele rejeitou qualquer outra especulação filosofica, ética ou política. Disse que em um ordenamento jurídico as normas são organizadas de forma hierarquica e Constituição era a mais importante delas, e portanto, todas as outras deveriam obedece-la, é disso que surge a tão famosa piramide de Kelsen.
Acontece que veio a Segunda Guerra Mundial e Kelsen viu a sua teoria sendo usada para justificar o que ocorreu na Alemanha, porque os nazistas diziam que estavam obedecendo a Constituição que era a norma máxima, e de fato a Constituição alemã da época dava sustentação ao nazismo, porque ela foi modificada exatamente para isso. Então, vendo isso, Kelsen resolveu rever a sua teoria e estabeleceu que o Direito num pode ser restrito a norma tendo como máxima a Constituição, mas que deve haver uma Norma Hipotética Fundamental, um tipo de máxima do que é bom e correto, para guiar todo o ordenamento e ser mais importante do que a Constituição para que o episódio alemão não voltasse a ocorrer.
Hoje existem discussões a respeito de qual seria essa Norma Hipotética Fundamental, alguns atribuem este papel a Dignidade da Pessoa Humana.
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