Thereza Cristina Faccio de Castro
As normas penais em branco, são disposições incriminadoras cuja sanção é certa e precisa, permanecendo indeterminado o seu conteúdo. Este é completado por um ato normativo, de origem legislativa ou administrativa, em geral de natureza extrapenal, que passa a integrá-lo. Ex.: nos termos do art. 168-A do CP, que define a apropriação indébita previdenciária, constitui delito o fato de "deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e na forma legal". Qual é o prazo? A norma não o menciona, cumprindo buscá-lo na Lei de Custeio da Previdência Social (arts. 30, I, "b", V e 31)
O tipo aberto, aquele que não apresenta a descrição típica completa e exige uma atividade valorativa do Juiz. Nele, o mandamento proibitivo inobservado pelo sujeito não surge de forma clara, necessitando ser pesquisado pelo julgador no caso concreto. Ex: delitos culposos: neles, é preciso estabelecer qual o cuidado objetivo necessário descumprido pelo autor.
O benefício trazido pelo tipo aberto e pela norma penal em branco esta em possibilitar a melhor aplicação ao caso concreto e a mudança mais rápida do direito para acompanhar as mudanças sociais, visto que é mais simples que o juiz se atualize no que se entende por tal conduta, ou mude-se uma portaria ou lei extrapenal para adequa-la ao necessário, por exemplo o rol de drogas, que é uma coisa rapidamente mutável pela velocidade que se lançam novas drogas, pode ser mais facilmente mudado e portanto atender de melhor forma ao caso concreto por a punição legal ser norma penal em branco, ou seja, que necessita da complementação deste rol.
As críticas que se pode fazer a essas duas formas é quanto a segurança jurídica que depende de entendimento, ou está perdida em outras várias normas extrapenais, o que dificulta o conhecimento e dominio de todas as normas existentes.
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