Distinção do Direito Natural e o Positivo.

Enquanto o Direito Positivo trata-se do ordenamento jurídico em vigor em determinado país e em determinada  época (jus in civitate positum); o segundo (Natural), é o ordenamento ideal, correspondente a uma justiça superior e suprema.

Monteiro, p.8

Outro aspecto a se considerar é que o Direito Positivo é o mesmo que direito posto. Quando se fala em "positivação", remete-se a uma ideia de regras e normas obtidas através de um processo racionalizado de entrada dessas normas no chamado ordenamento juridico. Fala-se de normas autorizando a criação e integração de outras normas: KELSEN, um dos maiores expoentes do positivismo jurídico, defendia que toda norma encontrava sua validação no ordenamento em outra norma, hierarquicamente superior; daí, a elaboração do conceito da grundnorm, ou "norma fundamental": uma norma-base que validaria todas as demais, sucessivamente. 

Em contrapartida, o Direito Natural não é posto, processado ou elaborado por processos racionais humanos: ele seria antes um pressuposto contido ou derivado diretamente das leis da natureza. É um direito imanente ao mundo, aos fenômenos naturais dos mais diversos níveis, a toda e qualquer organização social, e inexorável em essência (o homem não elaboraria ou escolheria normas, elas existem intrínsecamente à realidade e à condição humana). Por conta dessa confluência de características peculiares por diversas vezes na história a concepção de Direito Natural se ligou ao Direito Divino.

Com o desenvolvimento das ideias liberais, porém, o Direito Natural foi se distanciando do Direito Divino gradativamente.