"Princípio da continuidade
O princípio da continuidade impõe a prestação ininterrupta do serviço público, tendo em vista o dever do Estado de satisfazer e promover direitos fundamentais.
A continuidade pressupõe a regularidade na prestação do serviço público, com observância das normas vigentes e, no caso dos concessionários, das condições do contrato de concessão.
É oportuno ressaltar que a continuidade não impõe, necessariamente, que todos os serviços públicos sejam prestados diariamente e em período integral, uma vez que a continuidade depende da necessidade da população que pode ser absoluta ou relativa.21 Na necessidade absoluta, o serviço deve ser prestado sem qualquer interrupção, uma vez que a população necessita, permanentemente, da disponibilidade do serviço (ex.: hospitais, distribuição de água etc.). Ao revés, na necessidade relativa, o serviço público pode ser prestado periodicamente, em dias e horários determinados pelo Poder Público, levando em consideração as necessidades intermitentes da população (ex.: biblioteca pública, museus, quadras esportivas etc.).
Atualmente, é possível mencionar três questões polêmicas que envolvem a aplicação do princípio da continuidade dos serviços públicos, a saber:
a) possibilidade, em regra, de interrupção dos serviços públicos na hipótese de inadimplemento do usuário, com fundamento na primazia da legislação especial (art. 6.º, § 3.º, II, da Lei 8.987/1995) em relação à legislação geral (art. 22 do CDC);22
b) reconhecimento do direito de greve dos servidores estatutários, com aplicação analógica da legislação dos empregados celetistas (Lei 7.783/1989), respeitada a continuidade dos serviços essenciais;23 e
c) viabilidade da exceptio non adimpleti contractus nos contratos da Administração Pública, na forma do art. 78, XIV e XV, da Lei 8.666/1993, ressalvados os contratos de concessão de serviço público, tendo em vista o princípio da continuidade.24
OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende".
Segundo o princípio da continuidade, os serviços públicos devem ser prestados de forma ininterrupta, já que o Estado tem o dever de satisfazer e promover direitos fundamentais. Contudo existem 3 casos em que o princípio da continuidade é posto de lado:
a) interrupção dos serviços públicos em caso de inadimplemento do usuário, (art. 6.º, § 3.º, II, da Lei 8.987/1995);
b) direito de greve dos servidores públicos e;
c) exceptio non adimpleti contractus nos contratos celebrados com a Administração Pública, (art. 78, XIV e XV, da Lei 8.666/1993).
O STJ, contudo, manifesta a necessidade de separar o que é serviço prestado pelo Poder Público que podem, dos que não podem, sofrer interrupção. Por exemplo: os serviços essenciais (escolar, hospitais, creche), não podem ter seus serviços interrompidos, já que sua interrupção poderia causar sérios danos à sociedade.
De maneira resumida seria isso, mas para melhor compreensão do tema recomendo os seguintes autores/livros: Alexandre Santos de Aragão, Direito dos Serviços Públicos; Celso Antônio Bandeira de Mello, Curso de Direito Administrativo e; Rafael Carvalho Rezende Oliveira, Princípios do Direito Administrativo.
O serviço público pode ser interrompido nas seguintes hipóteses:
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