No mandato, alguém recebe poderes de outrem para praticar atos em nome de quem conferiu os poderes (art. 653, do CC):
"Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato."
Já na gestão de negócio, alguém intervém em gestão de coisa alheia sem qualquer autorização. Percebamos:
"Art. 861. Aquele que, sem autorização do interessado, intervém na gestão de negócio alheio, dirigi-lo-á segundo o interesse e a vontade presumível de seu dono, ficando responsável a este e às pessoas com que tratar."
Ademais, no mandato, as obrigações contraídas pelo mandatário vinculam o mandante, independentemente de concordância, enquanto aquelas firmadas pelo gestor de negócios dependem de aceitação do titular do negócio.
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Embora haja semelhanças, não se deve confundir o instituto do mandato com o da gestão de negócios. O mandatário tem direito ao reembolso de todas as despesas efetuadas e ao ressarcimento das perdas sofridas, salvo se resultarem de sua culpa ou de excesso de poderes (art. 678); o gestor apenas será reembolsado de todas as despesas desde que o negócio tenha sido administrado com utilidade para o dono (art. 869). Na gestão de negócios, sob o aspecto de validade, não se leva em conta a capacidade do gestor, pois o que importa é evitar o injusto enriquecimento do dono do negócio; no mandato, a incapacidade do mandatário inquina o contrato. O mandato tem o objetivo precípuo da prática de atos jurídicos; na gestão ocorre indistintamente a prática de atos matérias e atos jurídicos. Desse modo, não há que se reduzir a gestão de negócios a uma modalidade de mandato. Embora a noção intrínseca da gestão seja impedir o enriquecimento em causa, esse não é seu único fundamento, principalmente porque neste a ação de enriquecimento é subsidiária, enquanto na gestão existe ação própria causal de ressarcimento.
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