Ultimamente tem sido cada vez maior o número de jovens e adolescentes que têm apresentado um transtorno psicológico grave: a automutilação. Usualmente, a automutilação ocorre quando o paciente agride o próprio corpo com arranhões, cortes ou outras intervenções; sempre que sente tristeza, raiva, nervosismo ou vivencia algum trauma.
Estudos apontam que as meninas são as principais vítimas deste transtorno e o tratamento deve ser iniciado o quanto antes para evitar consequências mais graves. Todos sabem que a adolescência é uma das fases mais complexas experienciadas pelas pessoas, dentre outros motivos, pela marcante transição entre fases bem distintas (infância e vida adulta) e pela grande quantidade de recursos e informações que o adolescente tem que administrar: vestibular, namoro, sexualidade, pais, grupos, moda, escola, certo, errado… Enfim, é a fase onde a personalidade ganha formas mais concretas.
Todos sabem, também, que é nesta fase em que os adolescentes enfrentam muitos conflitos de ordem psicológica e emocional e, muitas vezes, não sabem como lidar com isso. A dificuldade para expressar sentimentos e emoções é bem característica nessa época. Assim, tentam resolver as coisas ao seu modo e pelas razões mais diversas, acabam praticando a autoagressão física (automatização).
Negligência na infância, isolamento social e condições instáveis de vida são fatores de risco para os casos de automutilação. No geral, são pessoas que cresceram sem saber como expressar e lidar com sentimentos como o ódio ou a tristeza, direcionando a dor emocional para si. A automutilação pode ser instalada por certos eventos como a rejeição por alguém importante, a sensação de estar errado ou ser culpado por algo de que a pessoa não tenha controle.
Uma alternativa que tem se mostrado bastante eficiente é a terapia comportamental. Nela, as pessoas aprendem habilidades que podem ajudá-las a tolerar o estresse, regular as emoções e melhorar seus relacionamentos, tudo isso voltado à raiz do(s) problema(s), de forma a obter os melhores e mais resultados e bem-estar.
Ademais, os automutiladores podem aprender outras formas de aliviar o estresse, lidar com as emoções negativas e superar as dificuldades.
A automutilação é caracterizada por movimentos intencionais repetitivos, porém sem uma finalidade estabelecida. São eles: esbofetear a própria face, bater a cabeça na parede, morder as mãos, se cortar, se queimar, morder-se, entre outros. A psicologia escolar nas escolas têm sido de suma importância na prevenção da automutilação e na redução de casos já existentes. Embora seu papel não seja muito compreendido, os psicólogos escolares são muito requisitados no contexto escolar e podem auxiliar a escola diante de situações de automutilação em crianças e adolescentes. Vale lembrar que o psicólogo precisa do envolvimento de professores, pais, alunos e gestão escolar para que a abordagem seja efetiva. Abaixo estão citadas algumas formas de abordagens do psicólogo escolar:
Organizar uma reunião inicial com a equipe pedagógica.
Designar espaços para escuta.
Fazer atendimentos familiares para levantamento de informações relativas a autonomia, dependência, autoritarismo, limites, autoridade e relacionamento emocional e cognitivo intrafamiliar.
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