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Qual a contribuição de Piaget para a educação?

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Claudia Pires

tem metodologia de formar cidadaos criticos e criativos, para ele o profeessor deve orientar no caminho da aprendizagem de forma a favorecer no aprender

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Estudante PD

Jean Piaget (1896-1980) nascido na cidade de Neuchâtel na Suíça, foi um especialista em psicologia evolutiva e dedicou-se aos estudos de epistemologia genética. Revolucionou a Educação, pois seus estudos derrubaram paradigmas relacionados à aprendizagem. As ideias de Piaget continuam sendo estudadas e aplicadas no mundo todo. Como ideia nuclear, o pesquisador defendeu uma metodologia inovadora na busca de formação de cidadãos criativos e críticos. Para ele, o professor deve orientar os estudantes no caminho da aprendizagem, de forma a favorecer a autonomia no aprender.

Nogueira e Leal esclarecem que a teoria de Jean Piaget foi baseada em duas áreas do conhecimento: por um lado o científico (epistemologia) e por outro a gênese (neste caso a genética). “[...] sua teoria possui como foco principal o sujeito epistêmico, o indivíduo no seu processo de construção de conhecimento” (NOGUEIRA; LEAL, 2012, p. 59).

Conforme esclarece Vieira e Lino (2007), Jean Piaget, por meio de seus estudos na área da biologia concluiu que o desenvolvimento biológico é um processo de adaptação ao meio em que vive o indivíduo, que depende da sua maturação tanto quanto das condições desse meio. O cientista leva esta concepção para estudos sobre o desenvolvimento humano, especialmente o cognitivo.

"Especialmente orientada para descrever e identificar os modos ou as formas de conhecer e pensar que emergem ao longo da octogênese humana, a teoria de Piaget dirige-se também para aspectos do desenvolvimento moral, linguístico e afetivo, concebendo-os sempre em estreita ligação com o desenvolvimento cognitivo " (VIEIRA; LINO, 2007, p. 199).

Quanto à questão do desenvolvimento moral, segundo as autoras, Piaget destaca o papel ativo da criança na construção do pensamento, assim como a importância da interação social para essa construção. Desses estudos, para os quais Piaget utilizou a concepção das regras, são destacadas duas fases de desenvolvimento moral: a heterônoma e a autônoma.

As autoras continuam esclarecendo que, para Piaget, essa concepção das regras traz uma manifestação concreta do egocentrismo, que é característica do pensamento da criança pequena, o que equivale à sua incapacidade para fazer diferenciação de perspectivas. Desta forma, supõe que as regras são iguais para todos e que são criadas por aquele a quem entendem como autoridade, geralmente o adulto. “[...] a criança na fase de heteronomia moral concebe as regras sociais como entidades externas às pessoas e aos contextos, com caráter imutável e absoluto”, esclarecem Vieira e Lino (2007, p. 201).
Na autonomia moral a criança já é capaz de tomar decisões de forma mais independente da autoridade e pressões sociais, distinguindo as diferentes origens e naturezas das regras. Nesta fase emerge a capacidade de registrar o ponto de vista do outro e fazer uma reflexão a partir de considerações próprias ao relacionamento interpessoal na interação com outros indivíduos.
Conforme Vieira e Lino (2007) a característica da autonomia também é a capacidade para cooperar. Porém, a cooperação pressupõe que os indivíduos envolvidos tenham consciência de si e saibam situá-lo em relação à perspectiva do outro. Sendo os elementos indispensáveis à cooperação “[...] a igualdade intelectual, a reciprocidade e o respeito mútuo” (p. 205), ela só pode se dar nas relações entre os pares.
Assim, “[...] no plano da cognição social, a interação entre iguais constitui uma atividade estruturante do pensamento moral, na qual operam um conjunto de mecanismos. Um desses mecanismos é o conflito sociocognitivo” (VIEIRA; LINO, 2007, p. 205). Esclarecem as autoras que, para Piaget, esse conflito cria condições de desequilíbrio eficaz, em que a criança terá que responder a desafios que questionam o seu ponto de vista.
O estado de desequilíbrio é favorável, pois para recuperar o equilíbrio o “indivíduo precisará mobilizar dois mecanismos da inteligência: a ASSIMILAÇÃO e a ACOMODAÇÃO” (NOGUEIRA; LEAL, 2012, p. 61).
As autoras continuam esclarecendo que a interação entre a assimilação e a acomodação provoca a modificação ou criação de esquemas motores ou mentais, o que concorrerá para que o indivíduo adquira maiores e melhores condições para interagir com o mundo e avançar em novos conhecimentos, em um processo contínuo. Todo esse processo resulta no que Piaget chamou de adaptação intelectual (NOGUEIRA; LEAL, 2012).
Desta forma, segundo Nogueira e Leal (2012), para Piaget o desenvolvimento cognitivo é um processo de equilibrações sucessivas, estruturado em fases nas quais a criança vai construindo estruturas cognitivas.
Essas construções vão provocando transformações no comportamento da criança em relação ao meio físico e social. Cada uma das fases ou etapas de desenvolvimento “caracteriza-se por uma estrutura cognitiva particular que determina o tipo de aproximação intelectual que o sujeito realiza com o meio que o rodeia” (VIEIRA; LINO, 2007, p. 206).
As autoras esclarecem que Piaget definiu quatro estágios ou estádios de desenvolvimento relacionando-os à idade da criança:
O estádio sensório motor (de 0 a 2 anos) caracteriza-se por uma atividade cognitiva que se baseia essencialmente na experiência imediata através dos sentidos. [...] a criança conhece o mundo que a rodeia através das ações que exerce sobre esse meio (VIEIRA; LINO, 2007, p. 207).
Vieira e Lino (2007) salientam que quanto ao educacional é importante que os programas voltados para a primeira infância possibilitem experiências sensoriais ricas para lhe permitir a construção de novas estruturas fundamentais no processo de aquisição de conhecimentos que serão a base para as aquisições do próximo estágio.
“No estádio intuitivo ou pré-operatório (dos 2 aos 7 anos), o pensamento sofre uma transformação qualitativa em função das modificações gerais da ação. (PIAGET, 1973 apud VIEIRA; LINO; 2007, p. 207).
Vieira e Lino, na mesma obra, esclarecem que, para Piaget, este é o estágio da inteligência intuitiva, em que surge a linguagem, o desenvolvimento da função simbólica, dos sentimentos espontâneos e da postura submissa ao adulto.
Salientam as autoras (2007, p. 208) que “as estruturas mentais no estádio pré-operatório são amplamente intuitivas, livres e altamente imaginativas”. A capacidade de representação consiste em uma interiorização crescente das ações. Conforme Piaget (1970) apud Vieira e Lino (2007, p. 208), “[...] os símbolos usados são individuais e específicos de cada criança. É um jogo de imitação e imaginação cuja função consiste em satisfazer o eu por uma transformação do real em função dos desejos próprios”.
No estágio pós-operatório há a ausência de reversibilidade, posto que o pensamento da criança é egocêntrico, pensa sempre de um ponto de vista próprio, continua Vieira e Lino (2007).
“O estádio das operações concretas (dos 7 aos 11 anos) caracteriza-se por uma capacidade lógica de compreender o mundo, por novas formas de organização e pelo surgimento de novas estruturas”, conforme Vieira e Lino (2007, p. 209).
Vieira e Lino (2007) esclarecem que neste estágio desaparece quase por completo a linguagem egocêntrica e há início de uma linguagem socializada e mais elaborada. O raciocínio da criança está conectado a situações concretas e já se encontra a reversibilidade.
“O estádio das operações formais (dos 11 aos 16 anos) marca a entrada na adolescência. [...] Neste estádio, o sujeito é capaz de utilizar um pensamento hipotético-dedutivo que lhe permite raciocinar sobre conceitos que implicam um elevado grau de abstração” (VIEIRA; LINO, 2007, p. 209).
Conforme as autoras esclarecem, embora haja características intrínsecas próprias de cada estágio, estes não existem em estado puro, mas contem elementos dos estágios precedente e seguinte.
Dessa forma, conclui as autoras que “a teoria de Piaget apresenta alguns conceitos fundamentais para a pedagogia da infância” (VIEIRA; LINO, 2007, p. 210).
Conforme defendem Vieira e Lino (2007), no que diz respeito à educação, portanto, é importante que as práticas e programas para a educação da infância propiciem experiências educativas com um olhar para as características do desenvolvimento das crianças, criando condições para a construção de estruturas cognitivas que as favoreçam na consolidação de conhecimentos do seu estágio de desenvolvimento e, por conseguinte, no avanço para o estádio seguinte.


Referências Bibliográficas
NOGUEIRA, M.O.G.; LEAL, D. Teorias da aprendizagem: um encontro entre os pensamentos filosófico, pedagógico e psicológico. Curitiba: IBPEX, 2012.

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Andre Smaira

Jean Piaget foi um cientista muito importante para a psicologia e para a educação, principalmente porque seu principal objeto de estudo era justamente o conhecimento e o processo de aprendizagem dos seres humanos, já que Piaget buscava entender como o ser humano conseguia dar significado às coisas que ele via e aprendia.

Em relação à educação, suas contribuições foram muito amplas já que Piaget desenvolveu a teoria que estabelecia fases do aprendizado das crianças, mostrando como e quando estas fases aconteciam e o que era importante ser ensinado em cada fase visto o progresso e construção do intelecto humano. Piaget traçou assim a teoria chamada de construtivista que entende que o conhecimento das pessoas se dá primeiramente com o reconhecimento e entendimento de algo novo, depois com a acomodação deste novo conhecimento e, por fim, há a organização da mente que se adequa ao novo conhecimento.

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