Obrigatoriedade - As regras do DIP são obrigatórias. Não se trata de cortesia internacional. Para Paul Reuter (1981), “o caráter jurídico de uma regra internacional decorre da objetividade do seu enunciado, da generalidade de sua aplicação e de sua compatibilidade com o conjunto das regras já admitido no sistema”.
Fragmentação – O alargamento do domínio material do DIP é fragrante, especialmente em decorrência do progresso técnico e da interdependência econômica entre os Estados. O caráter fragmentário das regras de DIP decorre ainda de suas condições de elaboração, vinculadas à convergência de interesses dos Estados ou de relações de força. É bom lembrar que mesmo as normas que resultam do costume podem merecer divergentes interpretações.
Consentimento – Para que um Estado se comprometa com a regra de um tratado ou para que uma norma seja reconhecida como costumeira, impõe-se o consentimento dos estados, inclusive daqueles que são diretamente interessados.
O princípio do livre consentimento é consagrado pela Convenção de Viena sobre o direito dos tratados de 1969 e pela Corte Internacional de Justiça. Porém, a criação do Direito Internacional pode, em certos casos, prescindir do consentimento dos Estados, pois a mesma Convenção de Viena reconhece a noção de norma imperativa e de obrigações essenciais que se impõem ao conjunto dos estados. Trata-se de normas que não podem ser derrogadas de um tratado sob pena de nulidade.
O Direito Internacional Privado é classicamente visto como o ramo do direito interno que regula, direta ou indiretamente, as relações privadas internacionais. Seu desafio é dar respaldo eficiente e justo a esta crescente internacionalidade das vidas privadas, das relações civis, comerciais ou de consumo, dentre outras. O Direito Internacional Privado atende aos interesses recíprocos de dignidade, bem estar, civilização e justiça universal, ao tempo em que preserva a independência, a jurisdição e a soberania de cada Estado. Outro aspecto desse direito é a capacidade de romper as barreiras de estados distantes, os tornando cada vez mais próximos.
Um tema muito discutido nesse ramo do direito é a relação do Direito Internacional Privado com o Direito Internacional Público. Vários pensadores relatam essa diferença, fazendo com que o direito Internacional privado perca um pouco de sua natureza. Na atualidade, há uma maior busca para aproximar esses dois ramos do direito, e o marco para essa nova aproximação entre Direito Internacional Público e Direito Internacional Privado é o resgate do ser humano como destinatário último das relações jurídicas que transbordam as fronteiras geográficas. A interpretação de normas e leis estrangeiras consegue colocar o homem como centro de todos os problemas, sempre procurando respeitar a dignidade da pessoa humana e a aplicação correta da lei, independente do território em que se ocupa. Este novo Direito Internacional que se consagra para o Terceiro Milênio passou por um processo de humanização e revela agora sua vocação verdadeiramente democrática e pluralista, na medida em que não se dirige somente aos Estados Soberanos, mas se projeta principalmente em função dos indivíduos da espécie humana, e, consequentemente, suas realizações no cunho da vida social como as organizações e negócios transnacionais.
As fontes do direito internacional incluem o costume internacional (prática geral do estado aceita como lei), tratados e princípios gerais de direito reconhecidos pela maioria dos sistemas jurídicos nacionais. O direito internacional também pode refletir-se na cortesia internacional , nas práticas e costumes adotados pelos Estados para manter boas relações e reconhecimento mútuo, como saudar a bandeira de um navio estrangeiro ou executar uma sentença estrangeira .
O direito internacional difere dos sistemas jurídicos estaduais , na medida em que é principalmente - embora não exclusivamente - aplicável aos países, e não aos indivíduos, e opera em grande parte mediante consentimento, uma vez que não há autoridade universalmente aceita para aplicá-lo a estados soberanos. Consequentemente, os estados podem optar por não respeitar o direito internacional e até mesmo violar um tratado.
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