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O que é Automatos?

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Marcos Barbosa

A palavra "autômato" é uma latinização da palavra grega αὐτόματον, autômato, significando "agindo pela vontade própria". É mais comumente descrito como máquinas que se movem sem a ajuda de eletricidade, especialmente aquelas que realizam ações que lembram humanos ou animais, como é o caso do cuco de um relógio de parede. Pode ser ainda, relacionado à pessoa que age como máquina, apenas cumprindo ordens como se não raciocinasse.

Os autômatos na era helenística foram projetados inicialmente para servir como brinquedos, ícones religiosos ou como ferramentas para demonstrar princípios científicos, incluindo alguns descritos pelo matemático grego Heron de Alexandria (às vezes referido como Hero ou Herão). Quando seus estudos sobre hidráulicapneumática e mecânica foram traduzidos para o latim no século XVI, estudiosos começaram a reconstruir seus autômatos, aí estão inclusas invenções como o sifão, o carro de bombeiro e a eolípila[2][3] É sabido que objetos mecânicos complexos existiram na Grécia antiga, apesar de que o único exemplo que se tem do tipo é a máquina de Anticítera. Inicialmente, acreditava-se que tal máquina vinha de Rhodes, onde havia uma forte tradição para a engenharia mecânica, já que a ilha é reconhecida pelos seus autômatos. Porém, estudos recentes dos fragmentos do mecanismo mostraram que a máquina pode ter vido de Corinto, na Sicília e sugere uma conexão com Arquimedes.

Existem ainda exemplos de mitos que tentam explicar sua origem. Daedalus se utilizou de mercúrio para dar voz aos seus autômatos. Hefesto criou um autômato para sua oficina: Talos, um homem artificial feito de bronze, e, de acordo com Hesíodo, a mulher Pandora. De acordo com a lenda JudaicaSalomão utilizou sua sabedoria para desenhar um trono com animais mecânicos que deveriam referenciá-lo como rei enquanto ele subia ao mesmo. Ao sentar-se, uma águia deveria pôr a coroa em sua cabeça e um pombo traria uma escritura do Torá às suas mãos. Além disso, quando o rei Salomão começasse a subir no trono, um mecanismo seria ativado. Assim que ele desse o primeiro passo, um búfalo e um leão dourados estenderiam cada um uma pata para que ajudá-lo a erguer-se e tomar o próximo passo. Em cada lado, os animais ajudariam o rei até que ele estivesse sentado confortavelmente no trono. [4]

Na China antiga, um relato curioso de um autômato é descrito nos textos Liezi, escritos no século 3 a.C. Existe uma descrição de um encontro ocorrido muito antes entre o rei Mu de Zhou (1023 – 957 a.C.) e um engenheiro mecânico conhecido como Yan Shi, um "artífice", ou artesão. Este último presenteou o rei com uma figura em forma de humano de tamanho real, feita por ele mesmo:

O rei observou a figura deslumbrado. Ela se mexia a passos rápidos, movendo sua cabeça para cima e para baixo, fazendo com que todos a confundissem com um ser humano real. O artífice tocou seu queixo, e a figura então começou a cantar de maneira perfeita. Ele tocou sua mão, e a máquina começou a posar, mantendo um ritmo perfeito entre as duas tarefas. Quando a apresentação estava próxima ao fim, o robô piscou seu olho e flertou com as moças da plateia. Neste momento, o rei indignou-se e teria executado Yen Shin imediatamente, se este, em medo mortal, não tivesse instantaneamente desmontado o robô para mostrar o que ele realmente era. A máquina mostrou não ser nada além de uma junção de couro, madeira, cola e laquê, colorido em azul, vermelho branco e preto. Examinando em detalhes, o rei achou órgãos internos completos, fígado, coração, rins, pulmões, estômago e intestinos e ao redor destes, músculos, ossos e membros com suas articulações, dentes, pele e cabelo, todos artificiais. O rei então retirou o coração e viu que a boca não podia mais falar; retirou o fígado e viu que os olhos não podiam mais ver; retirou nos rins e viu que as pernas já não mais se locomoviam. O rei, assim, ficou encantado.[5]

Outros exemplos de autômatos incluem a pomba de Arquitas de Tarento, mencionada por Aulo Gélio. Relatos chineses similares de autômatos com capacidade de voar foram escritos no século V a.C. pelo filósofo moísta Mozi e seu contemporâneo Lu Ban, o qual projetou pássaros de madeira (ma yuan) artificiais que podiam efetivamente voar, de acordo com o Han Fei Zi e outros textos.[6]

 

 

Formalmente, um autômato é definido como sendo um modelo matemático de uma máquina de estados finitos.

Um autômato funciona como um reconhecedor de uma determinada linguagem e serve para modelar uma máquina ou, se quiserem, um computador simples. É usado, por exemplo, em editores de texto para reconhecer padrões. Um conceito fundamental nos autômatos é o conceito de estado. Este conceito é aplicado a qualquer sistema, por exemplo, à nossa televisão. As noções de estado e sistema são tão onipresentes que foi desenvolvido um campo de conhecimento chamado Teoria dos sistemas. Uma televisão pode estar ligada(on) ou desligada(off), temos então um sistema com dois estados.

A um nível mais detalhado, podemos desejar diferenciar os canais, caso em que podemos ter centenas de estados: um para desligada e os restantes significando ligada no canal N, existindo sempre um número finito de estados. Dada uma televisão, ela não está apenas num dos estados possíveis, somos capazes de fazer mudar a televisão de estado.

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