Buscar

A respeito da pluralidade presente nos espaços educativos, suas implicações na construção do conhecimento em sala de aula

A respeito da pluralidade presente nos espaços educativos, suas implicações na construção do conhecimento em sala de aula e no ensino integrado e globalizado, julgue o item subsequente.

No ambiente da sala de aula, é necessário que o professor concentre seus conhecimentos na especialização dos conteúdos disciplinares, para evitar discussões culturais e éticas inerentes a outros profissionais.

💡 1 Resposta

User badge image

doigoandre

A instituição escolar é um espaço onde as vivências são permeadas pela diversidade seja, imposta ou como resultado das relações sócio-culturais. O educador é o sujeito que interage diretamente neste espaço. Este trabalho objetiva promover uma reflexão da postura deste profissional frente a essa diversidade a partir de algumas considerações que a postura deste profissional exige.

Palavras-chaves: Diversidade. Alteridade. Ação pedagógica. Educação diferenciada. Postura. Herança cultural.

Enquanto, educadores, somos bombardeados pela diversidade seja cultural, física, econômica ou social. A grande questão é: será que estamos prontos para desempenhar nossa função? Como a nossa formação contempla a diversidade? De que forma, fomos a ela apresentados? Cursos, palestra de conscientização/sensibilização, políticas públicas, decretos, leis, e outros, são instrumentos que estão aí com ideais definidos – a concessão de uma educação diferenciada a quem de direito. Mas, e nós educadores, como é que interagimos com todos estes instrumentos?

Atualmente os paradigmas e as tendências educacionais têm sido motivos de angústia e confusão para muitos educadores. Talvez uma conseqüência da formação destes profissionais ainda nas séries iniciais, delineada na vivência sócio-cultural cotidiana. Isto é, nós educadores somos vítimas da nossa própria formação escolar. Tivemos como professores pessoas despreparadas para lidar com a diversidade em sala de aula. Consequentemente, exigir agora uma criticidade e um rompimento imediato com relação ao tema aqui tratado, é um tanto quanto difícil.

Note-se que a expressão utilizada acima foi difícil e, não impossível. Assim é que cabe ao educador a transposição dos obstáculos que se interpõem entre a diversidade e sua ação pedagógica. Talvez, um bom começo seria uma reflexão da ação pedagógica vivida pelo educador enquanto educando. Quem sabe tal reflexão poderia trazer uma diretriz acerca do que seja uma ação pedagógica discriminadora ou igualitária. Desta forma a partir desta reflexão o educador poderia iniciar a construção da sua ação pedagógica, entremeando-a com estudos e vivências do cotidiano.

A diversidade tem como conceito básico a pluralidade de diferentes fatores que caracterizam a sociedade. Sociedade esta que tem adotado para si conceitos que passam de geração para geração, perpetuando com isso atitudes que refletem diretamente na sua organização social. Isto nos remete à reflexão de que são inúmeros os ambientes onde se percebe a presença marcante da diversidade. Porém, o ambiente no qual nos deteremos é o escolar, por entendermos que nesta instituição há espaço para o desenvolvimento da postura do indivíduo em relação à diversidade.

Numa visão macro, a escola tem dentro de sua estruturação o modelo organizacional da sociedade. Onde nitidamente, aparecem as relações hierárquicas que se movimentam através das relações de poder. Um exemplo disto é a forma como os agentes educacionais estão ali divididos e subdivididos – gestor, vice-gestor, coordenador/orientador, professores, inspetores, etc. Mas, vamos para uma visão ainda mais específica : a sala de aula.

A sala de aula é o espaço micro onde as “coisas” acontecem. É ali que se processam a utilização de metodologias, paradigmas e modelos educacionais. É através dela que se mede o grau de sucesso ou de fracasso deste ou daquele modelo/tendência/teoria pedagógica. Enfim, a sala de aula é o espaço onde acontece a ação pedagógica.

Ressaltamos que todos os agentes educacionais devem ser orientados quanto à questão da diversidade presente na escola. Não podemos conceber um espaço que é caracterizado pela formação do indivíduo, que não procure estabelecer uma reflexão sobre este tema, seja através de palestras de sensibilização ou de conscientização, debates, enfim com o objetivo de promover o reconhecimento desta diversidade não como diferença, mas, como complemento do todo. Isto por entendermos que nestes ambientes os alunos aprendem com exemplos tanto dos professores como, dos outros agentes que, indiretamente, estão em contato com os alunos.

Mas, retornemos ao nosso enfoque que é a sala de aula. Neste espaço a diversidade está presente na cultura, no perfil sócio-econômico, no processo da aprendizagem, na deficiência física dentre outras, de alguma forma atenuando as necessidades específicas de cada aluno. Trabalhar respeitando e considerando esta especificidade de cada aluno, constitui-se a ação pedagógica do educador. E é aqui que se percebe um conflito eminente: Como ensinar toda uma turma sem que haja exclusão?

As teorias e seus pressupostos, além das leis e decretos, estão aí como uma diretriz que objetiva apenas mostrar caminhos que podem ser trilhados pelo educador quanto à sua ação pedagógica e a postura que este deve adotar. Uma das idéias veiculadas por alguns teóricos quanto à aprendizagem diz respeito à particularidade do aluno, onde: cada um tem seu modo de aprender, seu ritmo, sua potencialidade e sua habilidade. Isto implica numa ação pedagógica que exige do educador uma postura ativa, dinâmica, dialógica, interativa, conexional, que se contraponha a toda e qualquer visão individualizada e/ou hierárquica da construção do conhecimento.

Uma ação pedagógica pautada na alteridade, seria um dos instrumentos que o educador poderia estar utilizando. Esta postura pautada na alteridade contempla todas as citadas no parágrafo anterior. Entende-se que uma postura ativa e dinâmica conduz o educador a uma prática baseada na sugestão de atividades abertas que oportunize aos alunos dizer o que pensam. Isto resultaria no colhimento do conhecimento prévio do aluno de forma natural e, não induzida, o que não promoveria a tão incômoda situação de constrangimento, comum nas salas de aula. Neste tipo de atividade o diálogo e interação seriam espontâneos, claro, sempre tendo o educador como mediador, afinal, há um objetivo em tal atividade que é a construção do conhecimento do aluno visando sua formação. E finalmente, caberia então ao professor a realização da conexão entre as diferentes idéias ou saberes socializados pelos alunos.

0
Dislike0

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

✏️ Responder

SetasNegritoItálicoSublinhadoTachadoCitaçãoCódigoLista numeradaLista com marcadoresSubscritoSobrescritoDiminuir recuoAumentar recuoCor da fonteCor de fundoAlinhamentoLimparInserir linkImagemFórmula

Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta

User badge image

Outros materiais