Quando a parte junta documento falso nos autos, e por sua vez a parte contrária argue a falsidade, caso a parte retire o documento, conforme permite o CPC, poderá induzir que havia de fato a falsidade?
O artigo 430 do Novo CPC acentua que a falsidade deve ser suscitada pelo réu na contestação, pelo autor na réplica, no prazo de 15 dias, contados a partir da intimação da juntada dos documentos aos autos.
O parágrafo único do mesmo artigo 430 informa que a arguição de falsidade deve ser resolvida incidentalmente, salvo se a parte requerer que o juiz a decida como questão principal, como autoriza o inciso II do artigo 19 também do Novo CPC:
“Art. 430. A falsidade deve ser suscitada na contestação, na réplica ou no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da intimação da juntada do documento aos autos.
Parágrafo único. Uma vez arguida, a falsidade será resolvida como questão incidental, salvo se a parte requerer que o juiz a decida como questão principal, nos termos do inciso II do art. 19.
Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração:
II – da autenticidade ou da falsidade de documento.”
Por sua vez, o artigo 431 do Novo CPC determina que a arguição de falsidade deve estar devidamente fundamentada com a exposição dos motivos da pretensão e quais os meios com que provará o alegado.
Nos termos do parágrafo único do art. 432 do CPC "Não se procederá ao exame pericial se a parte que produziu o documento (supostamente falso) concordar em retirá-lo.". Inicialmente, convém ressaltar que a parte que juntou documento alegado falso pela parte contrária não pode desentranhá-lo de ofício, sem o consentimento da parte contrária. Vide decisão do TJ-RS - Agravo de Instrumento AI 70066277203 RS (TJ-RS) Jurisprudência•Data de publicação: 17/11/2015.
Havendo concordância, a retirada de tal documento faz com que não exista mais nos autos como prova, não havendo, portanto, qualquer consequência jurídica para a parte que fez a juntada de tal documento, inclusive a indução de que tal documento era, de fato, falso, uma vez que não foi feito exame pericial obrigatório quando se alega falsidade documental.
Nesse sentido o art. 371 do CPC 2015: “O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento”.
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