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alterações fisiológicas e comportamentais que ocorrem com o animal em uma situação de estresse.

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Malu Verruck


A resposta a um estímulo estressor é fundamental para a homeostase de um ser vivo e sua sobrevivência. Nas condições de estresse, o organismo reage por meio da ativação e desativação do mecanismo de controle de várias funções, para recuperar e manter a homeostase. No entanto, essas respostas podem ser insuficientes para restabelecer ou manter a homeostase, ou podem ser exageradas, representando risco de doenças. Portanto, o estresse pode ser definido como a soma de respostas físicas e mentais, causadas por determinados estímulos externos e que permitem ao indivíduo superar determinadas exigências do meio-ambiente (FRANCI, 2005).

Um agente estressor é aquele que possui a capacidade para alterar a homeostasia, provocando a ativação do eixo hipotalâmico-hipofisário-adrenal. Como exemplos de agentes estressores, pode-se citar fome, dor, calor/frio, ansiedade, medo, entre outros fatores. O agente estressor inicialmente provocará um estímulo nervoso que chega ao cérebro, mais precisamente no hipotálamo, provocando a liberação do hormônio liberador de corticotropina (CRH) no núcleo paraventricular. O CRH irá atuar sobre a adenohipófise estimulando a produção e secreção do hormônio adrenocorticotrópico (ACTH) e de β-endorfinas, sendo que o ACTH irá através da circulação sangüínea até o córtex adrenal estimular a secreção de glicocorticóides, principalmente cortisol ou corticosterona, dependendo da espécie.  O sistema nervoso simpático também é ativado, estimulando a liberação de adrenalina e noradrenalina nos terminais nervosos simpáticos e na medula adrenal (DUKES, 1996). 

São bem conhecidos os efeitos dos hormônios do estresse sobre a função reprodutiva. Sabe-se que o CRH atua de forma inibitória sobre o hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) no hipotálamo, o que provoca um inibição no eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal 2 (HHG). Em conseqüência disso, a hipófise não secreta o hormônio luteinizante (LH) e o hormônio folículo estimulante (FSH) (RIVIER et al, 1991)

Moberg (2000) propõe um modelo para compreensão do estresse em toda espécie animal, que sugere uma resposta biológica ao estresse, a partir de três estágios gerais: 1º O reconhecimento de um estímulo estressante 2° A defesa biológica contra o estímulo estressante 3° As consequências da resposta de estresse Esta resposta ao estressor irá abranger aspectos cognitivos, comportamentais e fisiológicos (MARGIS et al, 2003). Em uma situação de estresse, são ativados o sistema simpato-adrenomedular gerando o aumento da secreção de catecolaminas e, logo, excitação rápida do sistema cardiovascular, ocasionando um aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial. E 7 o outro eixo ativado é o hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA) levando ao aumento na produção de cortisol e naturalmente mobilização de energia (ULRICH-LAI & HERMAN, 2009).

As respostas de emergência ativadas pelo SAM ocorrem quando o organismo se prepara para a defesa ou ataque, excretando adrenalina. Então o suprimento de sangue é desviado para os músculos, havendo elevação do débito cardíaco total e da redistribuição sanguínea, aumentando a oferta de nutrientes e oxigênio para as estruturas vitais. A pressão arterial se eleva e os bronquiolos se dilatam, tornando a respiração mais rápida e profunda para retirada do dióxido de carbono excedente. As funções digestivas e secretórias diminuem, além da reação de alívio com a liberação de qualquer excesso da bexiga e intestino. A taxa metabólica aumenta e a liberação de endorfinas diminue a sensibilidade à dor, e os sentidos são mantidos em estado de alerta. (ROGERSON, 1997).

As respostas ao estresse que envolvem emoção passarão por avaliação afetiva, onde a informação será processada e interpretada para se estimar o potencial de ameaça. Esta avaliação afetiva irá determinar o padrão de respostas e o tipo de defesa, de acordo com a história pessoal, aprendizado e experiências prévias do indivíduo, que então fará a avaliação da capacidade para lidar com a situação e organização da resposta (MARGIS et al, 2003). 

A intensidade da resposta é que determina se o animal está sofrendo de estresse ou é, meramente, experimentado um episódio breve em sua vida, sem nenhum impacto significativo ao seu bem-estar. 

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