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Como o arquiteto japonês Shigeru Van utiliza papel na construção civil?

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Isabel Emilia Schumann Duarte

Ele se baseia nas idéias de Mies van der Rohe, ele utiliza soluções rápidas, flexíveis, economicas e sustentáveis. Seus projetos contribuem com pessoas e comunidades em situação de risco, como a construção de local para refugiados, com bobinas de papelão.

Nos últimos 20 anos, tubos de papelão vêm atraindo arquitetos não só por serem uma opção de baixo custo, 100% reciclável e ambientalmente sustentável, mas também por terem propriedades mecânicas necessárias para suportar cargas estruturais.

Por ser leve, não exige fundações muito robustas, diminuindo o tempo da construção e o custo. Como o processo de instalação é feito por encaixes e vínculos, torna-se fácil a desmontagem e remontagem. Por permitir uma instalação simples e rápida, não é necessário que a mão de obra seja especializada. Além disso, o formato tubular oferece a possibilidade de embutir sistemas de hidráulica e elétrica e otimiza a resistência térmica e acústica - em função da parede de ar dentro do tubo.

 Shigeru Ban, em 1986 começou a testar estruturas temporárias e semi permanentes com tubos de papelão. No início, utilizava o material apenas em ambientes internos, com a função de divisórias. Em 1989, o arquiteto construiu um caramanchão e pela primeira vez utilizou os tubos de papelão com função estrutural. Para isso, o arquiteto realizou ensaios em laboratório, e identificou que os tubos de papelão resistem a 10 Mega Pascal (MPa), quando submetidos à compressão e a 15 MPa, à flexão. À medida que a complexidade estrutural dos projetos mudava, novos testes eram elaborados para garantir a integridade da construção específica. Após seis meses, o caramanchão foi desmontado para testes. Apesar de ter ficado totalmente exposto a intempéries, a resistência dos tubos de papelão aumentou por conta do endurecimento da cola utilizada em seu processo de fabricação.

As estruturas de tubos de papelão desenvolvidas por Shigeru Ban são fruto de uma engenharia rigorosa - que inclui tratamentos especiais para inibir a penetração da umidade e torná-los à prova de fogo, bem como processos que garantam estabilidade, segurança e manutenção adequadas. Eventualmente, Ban tornou-se tão bom em sua arquitetura de papel que foi capaz de erguer estruturas mais permanentes, como a já mencionada Catedral de Papelão na Nova Zelândia, que é projetada para sobreviver por pelo menos 50 anos - e talvez mais. Outros exemplos são a escola de papel na China, que está em uso há mais de 10 anos e já sobreviveu a vários terremotos desde então, e a Igreja Católica de Takatori, construída em 1995 no Japão, que foi doada para uma cidade no Taiwan onde permanece até hoje.

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