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EPISTEMOLOGIA GENÉTICA - PIAGET????

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Ruth Daiana

As teorias clássicas do conhecimento foram as primeiras a formular a pergunta “Como é possível o conhecimento?”, que logo se desdobrou numa pluralidade de problemas, referentes à natureza e às condições preliminares do conhecimento lógico-matemático, do conhecimento experimental de tipo físico, etc. Mas o postulado comum das diversas epistemologias tradicionais é que o conhecimento é fato e não processo e que, se nossas diversas formas de conhecimento são sempre incompletas e as diversas ciências ainda imperfeitas, o que se adquire e pode, pois, ser estudado estaticamente donde a posição absoluta dos problemas “que é o conhecimento?” ou “como os diversos tipos de conhecimento são possíveis?”

As razões de tal atitude, que se colocava de repente sub specie aeternitatis, não são apenas encontráveis nas doutrinas particulares dos grandes filósofos que fundaram a teoria do conhecimento: no realismo transcendente de Platão ou na crença aristotélica em formas imanentes, mas também permanentes, nas idéias inatas de Descartes ou na harmonia preestabelecida de Leibniz, nos quadros a priori de Kant ou mesmo no postulado de Hegel que, ao descobrir o vir a ser e a história nas produções sociais da humanidade, queria os redutíveis à dedutibilidade integral de uma dialética dos conceitos. Acrescente-se a isso tudo que o próprio pensamento científico acreditou, por muito tempo, atingir um conjunto de verdades definitivas, embora incompletas e permitindo, assim, que se perguntasse uma vez por todas o que é o conhecimento: os matemáticos, variando de opinião sobre a natureza dos “seres” matemáticos, permaneceram, até há pouco tempo, impermeáveis às idéias de revisão e de reorganização reflexiva; a lógica foi por muito tempo considerada concluída e foi preciso esperar os teoremas de Goedel para obrigá-la a reexaminar os limites de seus poderes; a física, após as vitórias newtonianas, acreditou até o início deste século no caráter absoluto de importante número de princípios; mesmo ciências tão jovens como a sociologia ou a psicologia se não puderam vangloriar-se de um saber sólido, não hesitaram até recentemente em atribuir aos seres humanos e, portanto, aos sujeitos pensantes que estudavam, uma “lógica natural” imutável, como o queria Comte (apesar da sua lei dos três estados e ao insistir em seus processos comuns e constantes de raciocínio) ou instrumentos invariáveis de conhecimento.

Entretanto, sob a influência convergente de uma série de fatores, passa-se cada vez mais, hoje em dia, a considerar o conhecimento como um processo, mais que como estado. A razão se deve em parte à epistemologia dos filósofos das ciências: o probabilismo de Cournot e seus estudos comparativos dos diversos tipos de noções já anunciam tal revisão; os trabalhos histórico-críticos, expondo as oposições entre os diversos tipos de pensamento científicos, favoreceram notavelmente essa evolução e a obra de L. Brunschvicg, por exemplo, marca uma guinada importante na direção de uma doutrina do conhecimento futuro. Entre os neo-kantianos, encontram-se em Natorp declarações desta espécie: para proceder “como Kant, parte-se da existência de fato da ciência e procura-se-lhe o fundamento. Qual é pois, este fato, uma vez que se sabe que a ciência evolui sem cessar? A progressão, o método é tudo… Por conseguinte, o fato da ciência não pode ser compreendida senão como um fieri. Apenas este fieri é o fato. Todo ser (ou objeto) que a ciência tenta fixar deve-se dissolver de novo na corrente do vir a ser. É deste vir a ser, e só dele, que se tem o direito de dizer, em último lugar: “é (um fato)”. O que se pode e deve então procurar é a lei deste processo” [nota de rodapé: P. NATORP, Die logischen Grundlagen der exakten Wissenschaften,1910, págs. 14-15]. Conhece-se bem, por outro lado, o belo livro de Th. S. Kuhn, sobre as revoluções científicas” [nota de rodapé: TH. S. KUHN, The Structure of the Scientific Revolutions, Chicago e Londres (Phoenix Books, 1ª ed.,1962)].

Se, porém, os epistemologistas puderam chegar a declarações tão claras, é que toda evolução das ciências contemporâneas os conduziu: a elas e isso tanto nos domínios dedutivos quanto nos experimentais. Ao comparar, por exemplo, os trabalhos dos lógicos de hoje às demonstrações com as quais se contentavam os que já se denominam “os grandes antepassados”, como Whitehead e B. Russel, não se pode deixar de ficar impressionado com a espantosa transformação das noções, assim como com o próprio rigor dos raciocínios.

Os trabalhos atuais dos matemáticos que, por abstração “reflexiva” extraem operações novas de operações já conhecidas ou estruturas novas da comparação de estruturas anteriores, chegam a enriquecer as noções mais fundamentais, sem para isso contradizê-las, mas reorganizando-as de maneira imprevista. Em física, sabe-se perfeitamente que cada princípio antigo mudou de forma e de conteúdo, de modo que as leis melhor estabelecidas se tornam relativas a uma determinada escala e mudam de significado, mudando de situação no conjunto do sistema. Em biologia, em que a exatidão não atinge o mesmo grau e em que imensos problemas ainda permanecem sem solução, as mudanças de perspectiva também são impressionantes.

Recorde-se, além disso, que, em função mesmo de tais mudanças, que às vezes não acontecem sem ser acompanhadas de crises e que obrigam pelo menos, e em todos os casos, a um trabalho constante de reorganização reflexiva, a epistemologia do pensamento científico tornou-se cada vez mais caso dos próprios eruditos: os problemas de “fundamento” estão assim cada vez mais incorporados ao sistema de cada ciência considerada: em física, como em matemática ou em lógica.

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Ir. Luciana Maria de Souza Reis

Epistemologia Genética (do grego ἐπιστήμη, transl. episteme: conhecimento, logos: estudo, Γένεσις, : origem) ou Concepção Piagetiana, é uma teoria do conhecimento, uma área das ciências humanas desenvolvida por psicólogo suiço Jean Piaget, que busca o entendimento científico da perpetuação do conhecimento (possibilidades e limitações) como ele surge e como se desenvolve,[1] utilizando o Método Clínico.[2] É uma síntese das teorias do apriorismo e do empirismo, que busca explicar como o sujeito passa de um conhecimento simples para um mais complexo.[2] Esta diz que o conhecimento não é inerente ao próprio indivíduo, como postula o apriorismo, nem que o conhecimento provenha totalmente das observações do meio que o cerca, como postula o empirismo.

A Epistemologia postula que a aquisição de conhecimentos depende tanto das estruturas cognitivas do indivíduo como da interação do com seu meio (semelhante as proposições das neurociências),[2] ocorrendo através de 4 fases (sensório-motor, pré-operatório, operatório concreto, operatório formal).

Durante sessenta anos, Piaget buscou investigar o desenvolvimento do conhecimento e da inteligência humana e, as ciências do cérebro,[2] coordenando projetos de pesquisas, que deram base à compreensão contemporânea do desenvolvimento infantil. Piaget tem formação inicial em Biologia, por isso alguns conceitos desta disciplina influenciaram sua teoria e descobertas na área infantil.

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Nicoli Nicolas

A Epistemologia Genética tem o objetivo de investigar as origens do conhecimento, através do Método Clínico Proposto. Todo ato de pensamento exige diversas operações. Existem dois caminhos para esse processo: a assimilação e a acomodação. Para Piaget a inteligência começa a se organizar inicialmente por meio de uma lógica (reflexos inatos do bebê). O teórico considera que as crianças não herdam capacidades mentais prontas, apenas o modo de interação com o ambiente. Na teoria Piagetiana é realizado um teste onde as crianças fazem desenhos livres e através desses desenhos elas passam a ser avaliadas. A partir disso os desenhos infantis se tornam material de estudo, pois assim como a escrita, a evolução do desenho acontece por etapas. É importante considerar o desenho como a primeira forma de expressão significativa da criança no papel, acontecendo inicialmente por meio de rabiscos, que são sua forma de fazer registros e mostrar suas particularidades e formas de se expressar. Piaget entende que as aquisições da primeira fase serão incorporadas num sistema maior, gerados por novas descobertas e vivências.
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