A CONSTITUIÇÃO FEDERAL 88 CONSAGRA AS LIBERDADES DE MANIFESTAÇÃO TANTO QUANTO A LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO, COMO CONCILIAR ESSES DIREITOS? UMA MANIFESTAÇÃO PODE FECHAR AS RUAS DO CENTRO DE UMA CIDADE DE MODO QUE NÃO SE TENHA QUALQUER VIA DE ESCAPE?
O art. 5º, inciso XVII, da Constituição, garante a plena liberdade de associação, desde que sua finalidade seja lícita, sendo expressamente vedada a de caráter paramilitar. Por ser plena essa liberdade, nos termos do inciso XX do mesmo artigo, ninguém poder ser compelido a associa-ser ou a permanecer associado.
O inciso XVIII do art. 5º determina que a criação de associações e, na forma da lei, de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento. Logo, tem elas autonomia para formular seus próprios estatutos.
Quanto à dissolução das associações, regulada pelo inciso XIX do mesmo artigo, elas somente poderão ser compulsoriamente dissolvidas (por exemplo, por atividade ilícita) por meio de decisão judicial transitada em julgado.
Pelo mesmo motivo, poderão também ter suas atividades suspensas. Porém, neste caso, a suspensão poderá ocorrer também por procedimento judicial antecipatório ou cautelar.
Conforme o inciso XXI, as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente. Atuam, assim, como substitutas processuais defendendo em nome próprio o direito alheio de seus associados.
O Supremo Tribunal Federal, no entanto, entende ser insuficiente para conferir essa legitimidade ativa a simples previsão de autorização geral no estatuto da associação. Segundo a Corte, essa legitimidade exige declaração expressa manifestada por ato individual do associado ou em assembleia geral da entidade.
Por esse motivo, somente os associados que apresentarem autorização individual na data da propositura da ação de conhecimento podem executar título judicial proferido em ação coletiva.
Conforme art. 5º, inciso XV, é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.
Além disso, nos termos do inciso LXI do mesmo artigo, ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.
A liberdade de locomoção, porém, pode ser restringida durante o estado de defesa, por determinação do executor da medida, em caso de crime contra o Estado (art. 136, § 3º, I). Além disso, durante o estado de sítio, podem ser tomadas medidas obrigando pessoas a permanecerem em determinada localidade (art. 139, I) ou ainda a detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns (art. 139, II).
Veja como esses detalhes sobre a liberdade de associação e de locomoção costumam ser cobrados em provas de concurso públic
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